O SUS irá incorporar uma nova terapia que aprimora a qualidade de vida de pacientes com fibrose cística. Na terça-feira, 5, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, oficializou a inclusão da terapia tripla elexacaftor/tezacaftor/ivacaftor, que obteve aprovação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) devido aos benefícios clínicos significativos que oferece. Isso inclui melhorias na função pulmonar, no estado nutricional e na redução de hospitalizações, além de retirar pacientes da lista de espera para transplantes. A assinatura ocorreu no Dia Nacional de Conscientização e Divulgação da Fibrose Cística.
O medicamento será prescrito para pacientes com pelo menos 6 anos de idade que possuam a mutação F508del no gene CFTR, a qual é mais comum entre os pacientes com fibrose cística. Atualmente, estima-se que cerca de 1,7 mil pessoas sejam elegíveis para esse tratamento no Registro Brasileiro de Fibrose Cística. Com essa medida, o Ministério da Saúde elimina a necessidade de ações judiciais, pois conseguiu um preço acessível para a compra do medicamento. Isso reforça a importância do uso racional de tecnologias para garantir o direito à saúde e ao tratamento adequado.
Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, apresentou a situação da doença no Brasil e mencionou que a expectativa é que esse medicamento possa aumentar a expectativa de vida em 30 anos. Estudos com 16 mil pacientes demonstraram uma redução de 72% na mortalidade e uma redução de 85% na taxa anual de transplantes de pulmão. Ele também enfatizou a necessidade de desjudicializar o SUS e destacou que sistemas universais de saúde devem incorporar tecnologias.