Manter as farmácias em conformidade com as normas, como por exemplo a RDC 44/2009, gera dúvidas, incertezas e descrenças em relação às Boas Práticas Farmacêuticas, entre os proprietários de drogarias, funcionários e até mesmo os profissionais responsáveis técnicos — os farmacêuticos. Assunto que estimulou a segunda ação educativa promovida pelo CRF/SE em parceria com o Sindifarma-SE e o Sicofase, realizada na última quinta-feira, 25 de julho, no auditório do SEBRAE – Aracaju. O evento contou com a palestra de Helena Ferreira, farmacêutica da Vigilância Sanitária de Aracaju e do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), e membro da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar Regional Sergipe (SBRAFH), que espera por uma relação mais estreita entre os empresários das farmácias e os profissionais em prol das Boas Práticas, “para que eles compreendam o trabalho do farmacêutico, e contribuam com as garantias das documentações e cumprimento das normas”, complementa.
Cerca de 90 pessoas da comunidade farmacêutica presenciaram o evento e conheceram mais sobre as qualificações dos serviços e adequações sanitárias que devem existir no ambiente de trabalho. O Diretor-Tesoureiro do CRF/SE, Fábio Ramalho, ressalta a importância de aliar as três instituições para defender uma assistência farmacêutica de qualidade e garantir o reconhecimento das farmácias como unidades de saúde. A ideia de juntar o proprietário e o farmacêutico no mesmo local é que os dois falem a mesma língua, que tenham o mesmo conhecimento sobre essas exigências e juntos tentem cumprir as leis”. A relação conjunta entre os órgãos para efetivar objetivos em comum implica no fortalecimento da categoria, como aponta Daniela Ferreira, vice-presidente do Sindifarma, “sou formada há 12 anos e nunca pensei que fosse presenciar esse momento de união entre CRF/SE, Sindifarma-SE e, principalmente, o Sicofase”.
Ter a vigilância sanitária como parceira é consequência de um serviço técnico que garante a manutenção da qualidade nas unidades de saúde, o que vai além de um simples estabelecimento, como destaca o presidente do Sicofase, Alex Cavalcante, ao também ressaltar a necessidade de compreensão por parte dos proprietários da importância do profissional farmacêutico. O cumprimento de normas para certificar a segurança dos produtos e os serviços disponibilizados são avaliados por inspeções, cujo objetivo é a efetividade no uso racional de medicamentos e na melhoria da qualidade de vida dos usuários. Um bom funcionamento desse comércio passa pelo método de autoinspeção, assunto desenvolvido na palestra, na qual foi apresentado um roteiro com instruções a serem efetuadas.
Os POPs estão em dia? O estoque físico dos Medicamentos corresponde ao descrito no SNGPC? Sabe que não é mais permitido o uso de espanador nas prateleiras das drogarias, assim como as ligas elásticas em materiais estéreis? O termo-higrômetro está sendo manuseado da maneira correta? Os funcionários são capacitados para conhecerem a diferença em Celsius e Fahrenheit? São essas questões do cotidiano que os responsáveis técnicos das drogarias precisam estar atentos, desde às questões documentais à estrutura do estabelecimento. O farmacêutico recém-formado André Araújo destacou que a experiência de oito meses no varejo o fez enxergar os benefícios de ter a vigilância como parceira, assim, adequando seu ambiente de trabalho às conformidades previstas em leis sanitárias. É importante não encarar os investimentos como despesas, mas tê-los como base para bons resultados, “gastar com material, com reforma da estrutura física e com documentação é bem complicado no começo, mas se a farmácia estiver com tudo certo, o investimento retorna com a melhoria do movimento, e com uma boa percepção do cliente”, afirma.