A venda de remédios de tarja vermelha, a exemplo de anticoncepcionais, anti-inflamatórios e drogas para hipertensão sem apresentar a receita médica pode acabar. Os medicamentos são adquiridos com facilidade nas farmácias sem a apresentação da receita.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pretende fechar o cerco às farmácias para fazer valer, na prática, a inscrição "vendido sob prescrição médica" impressa nas tarjas vermelhas.O alerta sinaliza a existência de contraindicações e risco de efeitos colaterais grave.
Segundo uma lei de 1977, a venda de medicamentos tarjados sem a prescrição sujeita o estabelecimento a advertências, multas, interdição e cancelamento de licença. Mas, como a receita não fica retida nesse caso, é raro que a prescrição seja cobrada. A exigência de retenção de receita existe para drogas controladas (tarja preta) e, desde 2010, para antibióticos.
Para Gustavo Gusso, professor de clínica geral da USP, é boa a ideia de exigir receita para remédios como o anticoncepcional, mas ele ressalva que no país há dificuldades de acesso a médicos que precisam ser superadas. "Onde não existe médico, ou vai ter um médico para assinar receitas uma vez por mês ou vai acontecer outra coisa. Entre o ideal e o real existem muitas opções", diz.
Fonte: Folha de São Paulo