Hoje, vivemos no mundo globalizado no qual as sociedades estão conectadas mundialmente, viajando pelo mundo, convivendo com povos de culturas diferentes. Mas será que a globalização só trouxe benefícios para a população? Será que os celulares, computadores, conhecimento científico, migrações entre povos não geram mudanças e impactos que podem ser positivos ou negativos? Claro que a globalização trouxe avanços, afinal, alguém lembra como era o acesso à internet? A tecnologia também trouxe avanços para a indústria e saúde. Entretanto, ao direcionarmos nosso foco para a saúde pública podemos afirmar que esse crescimento no mundo globalizado não atingiu parcela significante da população mundial acarretando em consequências para a maior parte da população mundial. Na verdade, a repercussão da globalização sobre a saúde da população contemporânea tende a ser mais negativa que positiva. Segundo o Banco Mundial, existe 1,2 bilhões de pessoas na pobreza extrema. Com o dado exposto anteriormente, podemos inferir que esta situação gera um impacto em toda a população visto a vulnerabilidade socioeconômica, a falta de políticas públicas e consequentemente o aumento do risco de contrair doenças e as chances de iniciar as epidemias e pandemias pelo planeta. Neste sentido, basta fazer uma retrospectiva dos casos de pandemia da AIDS, tuberculose e os recentes surtos de gripe aviária em 2005 e gripe suína em 2009 e quais populações foram as mais atingidas. Atualmente o ebola é a maior prova como a falta de condições econômicas e de saúde fazem mal não apenas para a população local mas também para o mundo. Sobre o ebola, a Organização Mundial da Saúde (ONU), alerta sobre o risco de surto da doença devido as infecções estarem aumentado chegando em países onde não havia focos do vírus. Diante desse panorama, começamos a refletir e traçar estratégias para essa e outras doenças que assolam a população mundial. Estratégias que mudem o foco das ações, comecem a pensar em uma saúde global objetivando a justiça social, equidade e solidariedade. Claro que este caminho está na direção oposta atual, centrada no individualismo, movida pela competição entre as pessoas e seus governantes. Porém, somente dessa forma deixaremos de tentar combater os focos das doenças sem êxito e realmente passaremos a prevenir, combater e erradicar a chamada “globalização das doenças”.
Farmacêutico CRF - 1174
MSc. Carlos Adriano Santos Souza
Doutorando do Núcleo de Pós Graduação em Medicina – NPGME
Professor voluntário da disciplina Farmacoepidemiologia - UFS