O Sistema Único de Saúde (SUS) pode estar próximo de oferecer o cabotegravir, medicamento injetável de profilaxia pré-exposição (PrEP) contra o HIV, de forma gratuita. As negociações entre o Ministério da Saúde, a Fiocruz e o laboratório GSK/ViiV Healthcare estão em andamento.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do cabotegravir em abril deste ano, e um estudo da Fiocruz está em fase final para avaliar a viabilidade técnica e operacional de sua adoção no SUS. Caso os resultados recomendem a inclusão, a decisão será submetida à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), que analisará o custo-benefício do medicamento.
Especialistas e ativistas têm defendido a incorporação, destacando o potencial do cabotegravir em ampliar a adesão à PrEP, especialmente entre populações vulneráveis, como homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e trabalhadores do sexo. A aplicação bimestral por via injetável pode representar um avanço significativo em relação ao uso do truvada, PrEP oral disponível atualmente.
O laboratório produtor já sinalizou interesse em transferir a tecnologia de fabricação do cabotegravir para o Brasil, o que pode reduzir custos e acelerar sua implementação no sistema público. A possível inclusão do cabotegravir no SUS reforça a estratégia de prevenção combinada contra o HIV, oferecendo opções mais individualizadas e ampliando o alcance das políticas públicas de saúde no país.
