A pesquisa de um estudante de graduação de Ciências Biológicas no Rio de Janeiro pode transformar o tratamento da sepse, uma infecção grave que causa milhões de mortes anuais, e abrir novas possibilidades para a criação de uma vacina inédita e de medicamentos. De acordo com informações apuradas, o estudo foi encaminhado à Organização Mundial da Saúde (OMS) para ser revisado por cientistas internacionais.
No Brasil, o estudo está em fase final, aguardando apenas a documentação dos experimentos em laboratório, o que ocorrerá em breve. Após essa etapa, os resultados serão submetidos ao Ministério da Saúde para registro oficial, antes de serem novamente encaminhados à OMS para validação científica.
O estudante começou a pesquisa no laboratório da faculdade, investigando uma variante da bactéria Staphylococcus aureus, conhecida por causar várias infecções. Ao estudar essa variante, o estudante descobriu que uma anomalia genética na bactéria é responsável por tornar a sepse fatal. Com essa descoberta, surge a possibilidade de desenvolvimento de uma vacina e novos antibióticos para combater a bactéria.
O estudo chamou a atenção de renomados cientistas da Fiocruz, surpreendidos pelo alto nível de conhecimento do estudante, identificado pelas iniciais A.J.H. A pesquisa se concentra em como os cílios da bactéria respondem aos antibióticos, e o objetivo é neutralizar a comunicação desses cílios para impedir a multiplicação da bactéria.
Especialistas, como o infectologista Leonardo Weissmann, consideram a pesquisa inovadora, mas ressaltam que é necessário seguir com cautela. Ainda há um longo caminho de testes laboratoriais, validações científicas e ensaios clínicos antes de que se possa considerar o desenvolvimento de vacinas e tratamentos seguros e eficazes.
O registro na OMS foi considerado importante para proteger a pesquisa e evitar plágio. A fase seguinte incluirá análises da Anvisa, testes em animais e grupos de pessoas, no caso de vacinas e medicamentos.
A sepse é uma das principais causas de morte no mundo. Segundo a OMS, 11 milhões de pessoas morrem anualmente devido à infecção. No Brasil, a taxa de mortalidade é alta, atingindo cerca de 60%, enquanto em países desenvolvidos essa taxa fica em torno de 20%. O desenvolvimento de novos tratamentos seria um avanço significativo na área médica e pode salvar milhões de vidas globalmente.