A Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu 28 de julho como o Dia Mundial na Luta Contra Hepatites Virais. A data simboliza uma luta travada constantemente contra uma das doenças mais recorrentes em todo o mundo: hepatite viral é uma doença séria e que pode ser fatal.
A DOENÇA
Hepatite é qualquer degeneração do fígado por causas diversas, sendo mais frequentes as infecciosas pelos vírus tipo A, B e C, que demandam mais atenção dos órgãos de saúde pública.
A hepatite A é a mais comum, mas, em contrapartida, oferece menor risco à população por não deixar sequelas em longo prazo. Seu contágio é oral ou fecal através de contato com água e alimentos contaminados. As do tipo B e C, que aparecem por contatos íntimos (sanguíneos ou sexuais), apresentam mais riscos, uma vez que podem cronificar-se e, ocasionar cirrose hepática e câncer no fígado, caso não seja tratada corretamente e em tempo hábil. Aliás, um dos grandes desafios da Saúde Pública Brasileira é combater a do tipo C. Como ela é assintomática, cerca de 70% da população portadora do vírus desconhece a presença dele no organismo, retardando o início do tratamento.
PAPEL DO FARMACÊUTICO
O profissional na área de Laboratório, então, tem papel fundamental, já que auxilia no diagnóstico da doença através de exames específicos, que confirmam a presença ou não do vírus. Além do mais, quantifica da carga viral e detecta a presença de anticorpos específicos, elucidando a fase ou recidiva da doença. O farmacêutico é extremamente atuante e trabalha em equipe com todo o corpo de saúde. O tratamento é feito à base de Interferon, uma proteína produzida pelas células do organismo para defendê-lo de agentes externos, como os vírus. De acordo com a situação do paciente, tal medicação comumente é associada a outras. Existe também a maneira preventiva, com as vacinas para a hepatite tipo A e tipo B.
ATENÇÃO, POPULAÇÃO
A bioquímica do Centro de Prevenção e Diagnóstico do Hospital São Lucas, Alceni Leitão, acredita que a população está mais atenta aos riscos das hepatites virais. Contudo, alerta sobre a importância da prevenção constante da doença: “Sempre há casos de hepatite, não há época específica. O recomendado é fazer exames pelo menos uma vez ao ano. A vacinação para o tipo B é gratuita e deve estar atualizada”. Ela também pede atenção nas relações íntimas: “Nunca se esquecer de usar preservativos, e prestar atenção no compartilhamento de utensílios pessoais como alicates de unha, que quando não são esterilizados adequadamente, tornam-se grandes vilões”, acrescenta.
É importante também ter cautela na interpretação dos exames, uma vez que apresentam descrições parecidas e devem ser interpretadas em conjunto com dados clínicos. Os exames são específicos para cada fase da doença e, como são à base de estruturas proteicas, podem reagir cruzadamente e receberem uma interpretação errônea, podendo trazer angústia antecipada ao paciente sem a devida comprovação.