O Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando o Brasil pioneiro mundial ao oferecer o imunizante de forma universal no sistema público. A vacina, denominada Qdenga, inicialmente não será distribuída em larga escala, pois a fabricante, Takeda, destacou sua capacidade limitada de fornecimento de doses. Assim, a vacinação será direcionada para públicos específicos e regiões prioritárias.
A Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec) analisou rapidamente a incorporação do imunizante, submetendo-o a todas as avaliações necessárias antes de recomendar sua inclusão. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) colaborará com a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) para elaborar estratégias eficazes de utilização das doses disponíveis, priorizando grupos-alvo e áreas com maior incidência da doença. A definição dessas estratégias está prevista para as primeiras semanas de janeiro.
Conforme informações do laboratório, a previsão é de entrega de 5.082 milhões de doses ao longo de 2024, entre fevereiro e novembro, seguindo um esquema vacinal de duas doses.
Recorde de casos no País
No ano de 2023, o Brasil registrou um recorde de mortes por dengue, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan online). Até a última quarta-feira (27), foram contabilizadas 1.079 mortes atribuídas à doença.
A análise da série histórica, baseada também no Sinan, revela que o maior número de óbitos em um ano completo ocorreu em 2022, totalizando 1.053 registros. O ano de 2015 aparece em seguida, com 986 mortes.
Diante desse recorde, o Ministério da Saúde respondeu que, prevendo o aumento de casos, capacitou aproximadamente 11,7 mil profissionais de saúde ao longo de 2023. Essa capacitação abrangeu aspectos relacionados ao manejo clínico, vigilância e controle de arboviroses, que são infecções provocadas principalmente por vírus transmitidos por mosquitos.