Estudo revela que visitas não aumentaram casos de Covid-19 nos presídios

foto2_2fa1988dca5e1e2c9e612cabb0.jpg                                               Equipes percorreram os sete presídios do Estado

Um estudo publicado na última segunda-feira, 5, pela revista internacional Life, demonstra que as visitas nas unidades do sistema prisional de Sergipe durante a pandemia de Covid-19 não causaram impactos no avanço da doença. Os resultados indicam que nas condições avaliadas, as visitas respeitando as condições sanitárias não ampliaram o número de casos e reforçou a importância da realização de testes em massa, do cumprimento de medidas preventivas e de controle para salvaguardar a saúde do sistema prisional e da saúde pública.

O projeto de pesquisa, que tem à frente o farmacêutico e Coordenador da Força Tarefa Covid-19/UFS, Lysandro Borges, avaliou a incidência do Sars-cov-2 por métodos sorológicos e moleculares no sistema prisional do estado de Sergipe. A equipe que fez este estudo pioneiro no Brasil e no mundo contou com cinco professores (quatro farmacêuticos e uma bióloga) e 10 alunos do curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Devido à importância da visita presencial para a saúde mental e geral dos presidiários e no que diz respeito à Segurança Pública, o estudo foi realizado em duas fases em sete unidades penitenciárias do Estado para avaliar se as visitas presenciais realmente afetavam o número de casos de SARS-CoV-2 nas prisões. “Será que os presídios tinham alto grau de contaminação? Qual o risco que os reclusos sofriam, visto que eles são responsabilidade do Estado?”, algumas das questões levantadas na pesquisa.

O professor Lysandro Borges conta que a equipe percorreu as unidades de presídio com o apoio dos servidores e autorização dos gestores da Sejuc. “Nossa equipe esteve em todos os presídios fazendo amostragem e recolhendo um pequeno quantitativo em cada uma destas unidades. Sentimos medo, aflição, mas a força de vontade de entregar o que nos foi pedido era maior. Sempre num propósito de ajudar o próximo sem olhar a quem”, ressalta o doutor em Bioquímica Toxicológica.

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Ele explica, também, que a testagem ocorreu na primeira etapa enquanto os presídios estavam sem visita e na segunda fase, depois de 15 dias de reabrirem as unidades prisionais a visitação. “Verificamos que com os cuidados sanitários implementados para ter acesso aos presídios, os números de Covid-19 não aumentarem com o retorno das visitas. Mostrando que a visitação por si não é um grande fator de risco de Covid-19 no sistema prisional”, explica Borges, acrescentando que em paralelo, os servidores do sistema prisional também foram testados.

Lysandro Borges agradece a toda equipe que participou do estudo, ao Governo do Estado, as secretarias de Justiça (Sejuc) e de Saúde (SES), aos diretores das unidades prisionais, ao secretário da Sejuc, o delegado Cristiano Barreto, ao coordenador pedagógico do Sistema Penitenciário da Sejuc, Genaldo Freitas Lima, aos servidores e aos presidiários que colaboraram com os dados. “Um estudo importante para a ciência e para sociedade, que resultou também na publicação do artigo na revista internacional de fator de impacto 5”, comenta.

Revista Life

Life é uma revista internacional, revisada por pares e de acesso aberto de estudos científicos relacionados a temas fundamentais em ciências da vida, publicada mensalmente online pela MDPI.

09/11/2021 16:59
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