O farmacêutico bioquímico e diretor tesoureiro do Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE), Francisco de Assis Feitosa de Aragão, adverte sobre o papel do farmacêutico no combate a doenças silenciosas como Esquistossomose e Chagas. Em entrevista, o diretor tesoureiro do CRF/SE ressalta a importância do farmacêutico nas campanhas de prevenção desenvolvidas nas escolas e comunidades. Confira:

CRF- A população tem conhecimento dos riscos das doenças como esquistossomose, doença de chagas e hanseníase?
Francisco - A população tem pouco conhecimento ou praticamente desconhece estes agravos, em decorrência da falta de informação, principalmente, os indivíduos que não têm acesso ao saneamento básico e a educação.

CRF- Qual seria a solução para amenizar ou erradicar estas doenças?

Francisco - Temos que partir do início, ou seja, através da implantação de um programa de"saude pública na escola" lá no ensino fundamental, onde a criança criaria uma consciência de prevenção, não ficando expostas aos riscos de contraírem estas doenças.

CRF- Qual seria a importância do farmacêutico neste contexto?

Francisco - Contribuir através de ações no diagnóstico laboratorial das endemias, participar das capacitações dos agentes de saúde nos municípios. Além de participarem de programas educativos nas escolas levantando dados estatísticos nos municípios endêmicos. É também papel do farmacêutico fazer a dispensação de medicamentos para pacientes com diagnóstico positivos e participar de ações malacológicas onde se faz necessário a erradicação do hospedeiro intermediário (caramujos do gênero biophalarias), no caso da esquistossomose.

CRF- Quais as dificuldades encontradas pelo farmacêutico na execução das ações ?

Francisco - Primeiro o desconhecimento por parte dos gestores das ações relacionadas à saúde pública em seguida os recursos são poucos canalizados para esta área e, quando são disponibilizados muitas vezes são direcionados para outras dificuldades e não inserção do profissional farmacêutico nos programas de saúde pública.

CRF- Quais os risco, por exemplo, que os agravos como esquistossomose e chagas podem trazer para o indivíduo contaminado?

Francisco- Relacionado com a esquistossomose o paciente pode ser levado a um quadro de cirrose hepática ou uma neoplasia. Com relação à doença de chagas o paciente é acometido por doenças no coração.