Dando continuidade à nossa série BASTIDORES DA ATUAÇÃO FARMACÊUTICA, hoje, 15 de outubro, Dia do Professor, conversarmos com o Dr. Wellington Barros da Silva professor do curso de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe, que rememorou a sua trajetória quando fez a escolha pelo curso.
Segundo Barros, a história dele não é muito diferente da maioria dos seus colegas na época em que iniciou o curso. “Na verdade eu sabia quase nada da profissão e acabei escolhendo fazer o curso por um objetivo que eu tinha: ser oficial da Armada. E de forma bastante pragmática, à época, era a forma mais rápida de alcançar meu objetivo. Eu já fazia licenciatura em Biologia, mas daí resolvi fazer o vestibular para o curso de Farmácia da Universidade Federal do Pará. No meu primeiro ano, já na semana do calouro me apaixonei pela profissão. Deu certo...e lá se vão alguns anos”, conta o professor.
Questionado por optar pela carreira acadêmica, Wellington Barros disse que descobriu a vocação aos poucos, participando das muitas atividades que a universidade lhe proporcionou. “Fui monitor de Botânica e acho que esta experiência foi importante para que eu descobrisse, mais do que uma vocação acadêmica, o gosto pela docência. Depois tive rápidas passagens pela iniciação científica em Química de Produtos Naturais, ou seja, percorri aquele caminho que centenas de jovens estudantes percorrem no início das suas vidas acadêmicas. Mas por um tempo fiz outra escolha, que pra mim foi igualmente importante que foi a participação no movimento estudantil e isso me forjou para as escolhas subsequentes que eu faria”, adiantou.
Até pouco mais da metade do curso Wellington queria seguir a carreira de farmacêutico sanitarista, de acordo com ele por conta de uma visita que fez à Escola Nacional de Saúde Pública, o influenciou por ser um tema novo na época: Assistência Farmacêutica. “Lembro do privilégio de ter assistido ao lançamento do Guia Terapêutico Ambulatorial, que foi um trabalho emblemático organizado pelas doutoras Suely Rozenfeld e Vera Lúcia Pepe. Na época também o contato com professores como o Prof. Eliezer Barreiro, um ícone da Química Medicinal brasileira, inclusive com alguns amigos cursando mestrado em Ciências Farmacêuticas na UFRJ, acabou definindo a minha escolha em seguir a carreira acadêmica. No início de toda jornada, o aprendiz sempre busca orientar seus primeiros passos espelhando-se em um mestre. Acho que sou afortunado nesse sentido porque tive muitos”.
Para Wellington ser professor de farmácia se distingue por um detalhe importante que seria a necessidade, o dever ético e o compromisso moral de inspirar futuras farmacêuticas e futuros farmacêuticos em torno de uma ideia-força da profissão. “A farmácia, assim como qualquer profissão, precisa da paixão e da identidade de cada profissional entorno de alguns princípios e alguns ideais de prática. Esse é o elam que mantem a coesão o espirito de unidade de uma profissão”, afirmou o professor que faz um destaque por ter enorme satisfação e realização em contribuir com a formação profissional de milhares de pessoas ao longo de sua carreira.
“A profissão que escolhi, a carreira que determinei para a minha vida, me deu tudo o que eu consegui. Me sinto realizado profissionalmente. Claro que no início não foi fácil. Você convive com incertezas, inseguranças, dificuldades (até hoje me recordo da primeira coisa que comentaram jocosamente sobre a minha pretensão de ser professor...). Mas a perseverança e o sacrifício fazem parte da jornada. Você abre mão de muitas coisas, mas se você está convicto do seu propósito você consegue. Nossa profissão tem uma peculiaridade: há um espaço, uma área bem específica para cada farmacêutico que busque a excelência em algo. A profissão também nos permite a reinvenção. Ás vezes é necessário se reinventar, até para escapar da mesmice e das armadilhas que a precarização do mundo do trabalho impõe a todos nós”.
E segundo ele essa reinvenção vem pelo estimulo dos seus alunos que o motivam diariamente. “Eu renasço todo dia como profissional, mas também como pessoa, no contato diário e no aprendizado que meus alunos me oportunizam. Na verdade eu não seria nada sem eles”.
O Conselho de Farmácia parabeniza ao professor Wellington Barros da Silva pela escolha que fez e por sua contribuição profissional a sociedade e a todos os demais professores do curso de farmácia. Feliz Dia dos Professores!