Farmácias e drogarias de Sergipe podem se tornar pontos estratégicos para denúncias de casos de violência contra a mulher durante a pandemia. Apesar de não apresentar números oficiais locais, o isolamento social provocou, consideravelmente, o aumento de casos de violência doméstica na maioria dos estados brasileiros. O objetivo é fazer com que as vítimas se direcionem ao estabelecimento de saúde (cadastrado na campanha) e mostrem “X” escrito na mão ao atendente, balconista ou farmacêutico, que deverão acionar as autoridades.
A iniciativa do Conselho Nacional de Justiça e do Associação dos Magistrados Brasileiros, que conta com o apoio do Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE) e do Conselho Federal de Farmácia (CFF), incentiva às mulheres a buscarem farmácias e drogarias como posto denunciante, uma vez que não conseguem denunciar a violência sofrida dentro de casa. A realização da campanha visa ampliar os canais de denúncia para atender vítimas de violência doméstica.
Inicialmente, a ação conta com a participação de quase 10 mil farmácias em todo o país, podendo chegar a quase 90 mil. Em Sergipe há cerca de 1.000 farmácias e drogarias (públicas e privadas) registradas no CRF/SE, habilitadas para participar da ação. Vale ressaltar que o estabelecimento de saúde que optar funcionar como ponte comunicadora entre vítima e autoridades não terá funcionários conduzidos à delegacia e estes nem, necessariamente, serão chamados a testemunhar.
Panorama do feminicídio
Em março e abril deste ano, o índice de feminicídios cresceu 22,2%, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Já as ligações para o número 180 tiveram aumento de 34% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo balanço do governo federal.
De acordo com levantamento feito pela Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP-SE), em 2019, os casos de feminicídio cresceram em torno de 43,2% em relação aos anos anteriores. Só neste mesmo ano cerca de 20 mulheres foram vítimas de violência doméstica, segundo o levantamento do portal F5 News.
Saiba como participar da Campanha Sinal Vermelho
Apesar de todos os estabelecimentos de saúde estarem aptos a participar da campanha, NÃO ESTÃO AUTOMATICAMENTE CADASTRADOS PARA FORNECER O APOIO NECESSÁRIO. Para fazer parte da ação os responsáveis pela farmácia precisam encaminhar o termo de adesão (acesse o modelo aqui - www.amb.com.br) assinado digitalmente em formato de foto para o e-mail sinalvermelho@amb.com.br. A imagem do termo de adesão devidamente assinado também pode ser enviada por meio de mensagem de Whatsapp para +55 (61) 98165-4974.
Para mais informações acesse a cartilha disponível nesse link - https://bit.ly/3fezgXL.
Mobilização por meio de um símbolo
A mulher vítima de violência deve ficar atenta às farmácias em locais estratégicos para solicitar a ajuda necessária. E com batom, ou qualquer outro material, deve escrever um “X” na palma da mão e mostrar ao profissional presente no estabelecimento.
Quando a vítima apresentar o “X”, o funcionário deve ligar para o número 190 e acionar a Polícia Militar. Em seguida, é recomendado, conduzi-la a um espaço reservado na farmácia para aguardar a chegada da polícia. Destaca-se a importância do sigilo e discrição do acontecimento para a segurança e sucesso da operação.
Caso não seja possível a vítima esperar, a recomendação é que o/a funcionário/a esteja resguardado/a com pelo menos nome, endereço e telefone da vítima para repassar a PM.
Para difundir a campanha, os organizadores contam também com o apoio da Abrafarma, Abrafad, Instituto Mary Kay, Grupo Mulheres do Brasil, Mulheres do Varejo, Conselho Nacional dos Chefes da Polícia Civil, Conselho Nacional dos Comandantes Gerais, Colégio das Coordenadorias Estaduais da Mulher em Situação de Violência Doméstica, Fonavid, Ministério Público do Trabalho, Colégio Nacional dos Defensores Públicos Gerais, Conselho Nacional do Ministério Público, Colégio Nacional dos Defensores Públicos Gerais, Promulher do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
