HIDROXICLOROQUINA E CLOROQUINA - SOLUÇÃO PARA A PANDEMIA DE COVID-19?

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Em nota, publicada nas primeiras horas do dia 27 de março, a Anvisa autorizou ao Hospital Israelita Albert Einstein a avançar nas pesquisas com a hidroxicloroquina, em busca da cura da Covid-19.

A ação, conforme divulgou a agência, faz parte da estratégia de oferecer respostas imediatas e alinhadas às condutas de autoridades sanitárias internacionais na identificação de alternativas terapêuticas seguras e eficazes para o tratamento dos pacientes com essa doença. Uma dessas estratégias envolve o desenvolvimento de estudos sobre a utilização de medicamentos já conhecidos, mas usados para outras indicações terapêuticas.

No mesmo dia em que a Anvisa se manifestou, o Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde publicou a nota informativa nº 5/2020-DAF/SCTIE/MS, sobre o uso da Cloroquina como terapia adjuvante no tratamento de pacientes com formas graves do COVID-19.

No documento, o Ministério afirma que “disponibilizará para uso, a critério médico, o medicamento cloroquina como terapia adjuvante no tratamento de formas graves, em pacientes hospitalizados, sem que outras medidas de suporte sejam preteridas em seu favor”. Além disso, estabelece critérios para a primeira distribuição da cloroquina na rede SUS.

O Conselho Federal de Farmácia (CFF) reitera o que ambos os órgãos escreveram nos documentos citados acima:

A hidroxicloroquina e a cloroquina são medicamentos usados há bastante tempo para tratar algumas doenças, como lúpus eritematoso, malária e artrite. O uso dos medicamentos NÃO evita que pessoas fiquem doentes por coronavírus e, por isso, não devem ser usados para prevenir a COVID-19!

O uso desses medicamentos em pacientes internados com teste positivo para coronavírus ainda não chegou a uma conclusão definitiva, já que está em seus estudos iniciais. Portanto, ESTE USO SE JUSTIFICA APENAS COM PRESCRIÇÃO E SUPERVISÃO MÉDICA, COM ACOMPANHAMENTO DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE, DENTRO DE HOSPITAIS, COMO PARTE DE UM PROTOCOLO DE PESQUISA! Até o momento, poucas pessoas no mundo foram tratadas com esses medicamentos, por isso, os resultados dos benefícios na COVID-19 ainda estão sendo avaliados. 

O CFF alerta que todos os medicamentos podem gerar problemas, os chamados efeitos adversos. Esses riscos são ainda maiores para medicamentos que necessitam de prescrição médica, como nos casos da hidroxicloroquina e cloroquina. Sabe-se que estes medicamentos podem causar problemas na visão, convulsões, insônia, diarreias, vômitos, alergias graves, arritmias (coração batendo com ritmo anormal) e até parada cardíaca. Além disso, podem alterar o efeito de outros medicamentos que você possa estar tomando, como alguns remédios para redução da pressão arterial e diabetes. Por isso, usá-los sem indicação e acompanhamento apropriado é correr um risco muito maior do que qualquer possível benefício!  Além do mais, não podemos deixar que esses medicamentos faltem para quem precisa de verdade.

O CFF defende medidas que sejam fundamentadas nas melhores evidências científicas disponíveis no momento, considerando o contexto de emergência e as ações adotadas pelo Centro de Operações de Emergência (COE) – Coronavírus, do Ministério da Saúde, comitê instituído com o objetivo de preparar a rede pública de saúde para o atendimento de casos da doença no Brasil.

Enquanto isso, o CFF reitera as medidas preconizadas mundialmente para evitar o contágio da Covid-19:

1 - Evitar sair de casa! Quando cada pessoa se cuida, ela está cuidando do coletivo também! Afinal, a ajuda de todos é fundamental.

2 -  Se você tem sinais e sintomas de infecção respiratória (tosse, espirros, coriza, irritação na garganta, febre) utilize máscara e mantenha distância de 1 metro de outras pessoas. Se não precisar de máscaras cirúrgicas de proteção, a distância recomendada é de 2 metros de outras pessoas.

3 -   Evitar, tanto quanto possível, contato com superfícies potencialmente contaminadas.

4 -    Em caso de febre ou sintomas respiratórios leves (tosse, coriza, congestão nasal, dor de garganta) o melhor é ficar em casa e consultar um farmacêutico para orientá-lo sobre qual o melhor tratamento. Caso observe que os sinais e sintomas ficaram mais frequentes e intensos, como por exemplo, se tiver dificuldade em respirar, apresentar cansaço, verificar o ressurgimento da febre, você precisará de um atendimento mais especializado,  neste caso, dirija-se a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou hospital de referência local.

5 -    Lembre-se sempre de higienizar as mãos. Em casa, utilize água e sabão. Se precisou sair, leve junto o álcool em gel.

 

Fonte: CFF

31/03/2020 16:36
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