CRF/SE PROMOVE CICLO DE PALESTRAS SOBRE FARMÁCIA MAGISTRAL


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Na tarde da última sexta-feira, 22 de março, o Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE) promoveu o seu ciclo de palestras do mês de março. O evento teve como tema a Farmácia Magistral e contou com a presença das professoras Cinthia Meireles (que tratou sobre a atualização em foto proteção) e Rogéria da Souza Nunes (que falou um pouco sobre as incompatibilidades em preparações magistrais).

Os ciclos de palestras do CRF/SE são promovidos com frequência mínima mensal e a sua realização é um dos compromissos da atual gestão do Conselho. O Diretor Tesoureiro da instituição, Fábio Ramalho, explica que, no início do ano, foram nomeados os membros para a Comissão de Educação Continuada do CRF/SE e essa Comissão será a responsável pelos próximos ciclos de palestras. “Já fizemos, na primeira reunião, o planejamento para o ano de 2019. Nele, previmos atividades que possam contemplar as diversas áreas”, conta Fábio. “A ideia é que a cada mês possamos abordar uma área de atuação ou um tema de extrema relevância para o profissional farmacêutico", conclui.. Ele adianta ainda que o ciclo de palestras do mês de abril ocorrerá no dia 26 e terá como tema a “Judicialização da saúde”.

Além de serem gratuitos e abertos aos profissionais inscritos no CRF/SE, os ciclos de palestras são também abertos a estudantes do curso de Farmácia, que têm participado em peso da programação promovida pelo Conselho. Esse é o caso, por exemplo, de Rafaela Palácios, aluna do curso de Farmácia da Universidade Tiradentes (Unit). Rafaela conta que essa é a primeira vez que ela visita o CRF/SE, mas que está aproveitando bastante a oportunidade. “Estou achando super bacana essa experiência e as informações novas. As palestras estão trazendo coisas que eu nunca tinha visto antes”, explica. “Interagi bastante e, inclusive, fiz várias perguntas”. Ela ressalta ainda que tem interesse na área da Farmácia Clínica e que participar do ciclo de palestras foi estimulante, mesmo os temas não tratando diretamente da área em que pretende atuar. “Estimula bastante enquanto estudante, pois a gente conhece profissionais da área e fica antenado com as novas pesquisas”, conclui.

Bruno Lucena também é um dos estudantes presentes no evento e relata que tem participado assiduamente nos ciclos de palestras promovidos pelo Conselho. Aluno do 8º período de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), ele conta que já desenvolve trabalhos na área da tecnologia farmacêutica e que vir para as atividades do CRF/SE o instiga a prosseguir com os seus projetos, pois, segundo ele, existe uma inclusão das pessoas que ainda estão na graduação. “Enxergo nessa gestão uma particularidade, onde o discente tem uma abertura e pode participar da programação de forma ativa. O discente já é chamado pra ter uma educação continuada desde o seu período de formação e isso é um ponto positivo”, explica.

Os ciclos de palestras do CRF/SE têm atingido também profissionais de outros estados que, ao ver a divulgação dos eventos nas redes sociais do Conselho, manifestam interesse em participar das atividades. O farmacêutico Mak Osman, por exemplo, veio de Arapiraca – AL para assistir às palestras promovidas na última sexta-feira. Mak destaca que trabalha com a área da Farmácia Magistral há 17 anos e que o os temas abordados o atraíram. “São dois temas muito relevantes para a área em que eu trabalho e achei interessante participar”, comenta o farmacêutico. “Ao chegar, me deparei com algo bem espetacular, onde as professoras relataram situações cotidianas e dificuldades reais do profissional que trabalha com a farmácia de manipulação”, complementa.

Atuação do farmacêutico na Farmácia Magistral

A carreira do profissional farmacêutico que se especializa em Farmácia Magistral tem sido cada vez mais valorizada pelo mercado de trabalho e a atuação tem se tornado cada vez mais complexa, devido às novas tecnologias desenvolvidas no setor. Nesse contexto de constante desenvolvimento, as atribuições do farmacêutico variam desde gerenciar laboratórios de produção de fórmulas magistrais até a avaliação da prescrição quanto à concentração, compatibilidade dos componentes, dose, via de administração etc.

É nesse cenário que a professora Cinthia Meireles desenvolve as suas pesquisas na área da foto proteção. Docente da Unit, ela conta que se interessa por temas relacionados à Cosmetologia Aplicada e à Tecnologia dos Cosméticos e que, em seu doutorado, ela desenvolveu o projeto de um filtro solar. Dessa forma, durante o ciclo de palestras, Cinthia falou um pouco sobre a questão da radiação (quais são os tipos de radiação e de que modo podem incidir na pele) e sobre as estratégias de foto proteção, focando principalmente no uso do filtro solar. Ela explica: “Para o farmacêutico, saber isso é de extrema importância. Se ele está dentro de uma farmácia de manipulação, ele deve ter o conhecimento sobre o produto. Dentro da indústria, ele que desenvolve o produto. E nas drogarias, é ele que vai estar lá para tirar as dúvidas e indicar qual é o melhor Fator de Proteção Solar para cada pele, para cada fototipo etc. A importância envolve desde quem produz até a pessoa que vai indicar no balcão ao paciente”.

Outro tema que tem sido discutido no âmbito da Farmácia Magistral são incompatibilidades em preparações magistrais. A professora Rogéria da Souza Nunes, que abordou a questão em sua palestra, comenta que essa é “uma temática um tanto interessante mas com um certo nível de complexidade”. A docente da UFS explica ainda que é uma abordagem que requer um certo conhecimento de reações químicas e físicas dos compostos e ressalta a necessidade de estudar essas questões: “A importância de estudar esse tema é poder relacionar as propriedades químicas dos fármacos com os excipientes, prevendo a qualidade, a eficácia e a segurança do produto quando ele for ser utilizado pelo paciente”.

Como já foi dito, a atuação do farmacêutico na Farmácia Magistral envolve ainda o contato com novas tecnologias. Portanto, manter-se atualizado é de extrema importância para o desenvolvimento profissional. É isso que explica o estudante Bruno Lucena: “Em um contexto em que se valoriza bastante a nova formação do farmacêutico enquanto farmacêutico clínico, eu acho de importância ímpar discutirmos o âmbito da tecnologia, afinal esta também pode estar associada a esse lado clínico. São temas pertinentes e isso vem ressaltar a importância do farmacêutico, seja na bancada, seja manipulando, seja no consultório clínico”.