Nesta sexta-feira, 5 de outubro, o Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE) realizou mais um Ciclo de Palestras. O evento ocorreu no Auditório do órgão e faz parte do programa de Educação Permanente do Conselho. Na ocasião, estiveram presentes a farmacêutica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU – UFS) Grace Anne Azevedo Dória, que falou sobre o Método Dader e o seguimento farmacêutico, e o médico Dr. Almir Santana, gerente do programa de IST/AIDS e hepatites virais do estado de Sergipe.
Apesar da principal função do CRF/SE ser normatizar o exercício da profissão farmacêutica no estado, as atividades de capacitação dos profissionais são também aspectos importantes da atuação do Conselho. É isso que explica a vice-presidente do órgão, Larissa Feitosa Carvalho: “É uma proposta da nossa gestão não parar com esses eventos que buscam a educação permanente. A gente entende que essas atividades de capacitação, de troca de experiência e de informação são tão importantes quanto a atividade fim do Conselho, que é normatizar e fiscalizar. Não há dissociação dessas duas tarefas e, portanto, sempre promovemos eventos como esse, completamente gratuitos e com acesso democrático”. A farmacêutica ressalta ainda: “Falando especificamente de hoje, posso dizer que são temas bem interessantes e atuais para a nossa profissão”.
Essa visão sobre a relevância e atualidade dos temas abordados nas palestras é compartilhada também por quem estava na plateia. Maria de Fátima Cardoso Aragão, farmacêutica e Conselheira Federal Eleita de Sergipe, reforça a necessidade de sempre buscar novos conhecimentos para aprimorar ainda mais a prática farmacêutica. Ela acrescenta ainda a importância de se cultivar a boa interação entre os diversos profissionais de saúde. “É gratificante ver essa iniciativa do Conselho de buscar interagir com especialidades médicas e tentar transmitir isso para os profissionais”, explica. “É um modelo de atuação do profissional farmacêutico futurista, moderno e necessário”.
Teste rápido de HIV nas farmácias comunitárias
A ideia do teste rápido (ou auto teste) de HIV nas farmácias comunitárias vem sendo estudada há cerca de três anos, mas, foi apenas em 2018 que ele passou a ser disponibilizado à população através da venda nas farmácias comunitárias. O teste funciona com a coleta de gotas de sangue, semelhante aos testes de glicose realizados por diabéticos, e é aprovado pela Anvisa, demonstrando efetividade de 99,9%.
Em Aracaju, o auto teste já está sendo comercializado em duas redes de farmácias. Foi enxergando essa realidade que a Diretoria do CRF/SE buscou capacitar os farmacêuticos para que eles possam orientar a população para a utilização dos testes. “O trabalho do Dr. Almir Santana é bastante relevante e conhecido pela população sergipana. Hoje ele está aqui para falar sobre o teste rápido de HIV, com a finalidade de tirar dúvidas e auxiliar os profissionais a prestarem uma orientação de qualidade”, destaca Larissa.
Durante a palestra, os profissionais e estudantes presentes puderam ter acesso a informações sobre a temática, através da distribuição de materiais educativos e da fala de Dr. Almir, enquanto profissional médico especialista no assunto. Sobre a realização dos exames rápidos de HIV nas farmácias, ele ressalta que a procura tem crescido cada vez mais no estado. “[Essa procura crescente] nos deixa preocupados, e por isso, resolvemos firmar essa parceria com o Conselho, para falar com os profissionais farmacêuticos sobre esse exame”, conta. “O que a gente quer é que quando o paciente procure uma farmácia para comprar o teste, ele possa ter sempre alguém capacitado a explica-lo como ele funciona. [...] No entanto, vale lembrar que esse teste não é de diagnóstico, ele é de triagem; ou seja, independentemente do resultado, é aconselhável que se procure as unidades de saúde para realizar o outro teste”, conclui.
O método Dader e o seguimento farmacêutico
A outra palestra da tarde teve como tema o método Dader e a sua aplicação no seguimento da Farmácia. “O método Dader é um instrumento que os farmacêuticos podem utilizar na sistematização da sua prática clínica”, explica a farmacêutica Grace Anne Azevedo Dória, que foi a palestrante sobre esse tema. “Existe uma certa carência dos farmacêuticos de saber como proceder nesse sentido. É uma área que é relativamente nova e que vem crescendo bastante, então esse método vem para auxiliar o profissional mostrando como proceder”.
Sobre o tema, a vice-presidente do CRF/SE acrescenta que apesar de o seguimento farmacoterapêutico ser uma atribuição do farmacêutico, “acho que a gente ainda não conseguiu chegar na plenitude dessa ferramenta e portanto trouxemos uma colega que desenvolve atividades de seguimento farmacoterapêutico ambulatorial”, destaca Larissa. “Ela veio falar da prática diária dela e isso é extremamente enriquecedor, porque ultrapassa os aspectos teóricos e os une à prática”.