O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA SAÚDE INDÍGENA


Uma mesa redonda a ser realizada no primeiro dia (15/11) do Congresso Brasileiro de Ciências Farmacêuticas, em Foz do Iguaçu, reunirá um time de farmacêuticos que atuam na Saúde Indígena para debater as questões que envolvem esta área de atuação pouco conhecida dos profissionais da Farmácia. As diferentes abordagens no cuidado ao paciente indígena, de diversas etnias, e qual a contribuição que o farmacêutico pode dar ao Subsistema de Saúde Indígena – sistema de saúde garantido por lei, dede 2012, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) - são alguns dos assuntos que serão discutidos.

 

A doutora em Inovação Terapêutica pela Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) e mestre em Gestão em Assistência Farmacêutica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mônica Maria Henrique dos Santos, participou da elaboração das Diretrizes que construíram a política de Assistência Farmacêutica para os povos indígenas, em 2004. “O campo vem crescendo e precisa de apoio para qualificar e prestar a assistência que os povos indígenas merecem”, reforça Mônica.

 

Também fez parte dessa equipe de elaboração das Diretrizes, a presidente do Grupo de Trabalho sobre Saúde Indígena do CFF, Irlany Dayana Moreno Rodrigues, que será moderadora da mesa redonda. Ela, que atuou de 2004 a 2014 no Distrito Sanitário Especial Indígena DSEI-Yanomami, explica que o GT tem trabalhado para conhecer as especificidades da Saúde Indígena em todo o país, que possui particularidades que dificultam a formação de equipes para planejamento, aquisição, distribuição, educação em saúde, assim como análises clínicas e o cuidado farmacêutico voltado aos índios aldeados.

 

Representando a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), que faz a aquisição de medicamentos para encaminhar para as comunidades indígenas, a farmacêutica Nayara Leal Ferreira Baldini também participará da mesa. Ela explica que em 2012, quando foi feito o primeiro diagnóstico, eram 78 farmacêuticos na Saúde Indígena de todo o país e hoje já são quase 200. Esse aumento expressivo mostra a necessidade e a importância do trabalho dos farmacêuticos na Saúde Indígena. “Muitos atuam nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, dentro desses distritos existem polos-base, que ficam dentro das áreas indígenas. Então, temos farmacêuticos contratados para atuar nas cidades e dentro das comunidades indígenas”, explica.

 

O farmacêutico Mauro Silveira de Castro, doutor em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) coordenou o ‘Curso de Aperfeiçoamento: Farmacêuticos na atenção básica/primária na saúde indígena’, realizado em maio, pela SESAI em Porto Alegre. O curso foca, principalmente, na dispensação de medicamentos e a melhor forma de orientar o paciente indígena no seu uso. Além disso, a formulação de novas formas de abordagem. “A gente notou que a formação do farmacêutico é muito tecnicista. E ele tem que conhecer o Subsistema de Saúde Indígena (SasiSUS), para conseguir se relacionar e trabalhar com os demais profissionais”.

 

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Fonte: Murilo Caldas/Comunicação do CFF