CRF/SE apoia busca de soluções para o atendimento de parturientes e gestantes

Regional esteve presente no seminário Saúde Materno-Infantil e enfatizou a importância da luta pela diminuição de mortes durante a gestação


A Saúde Materno-Infantil no Brasil enfrenta uma situação bastante complicada, e em Sergipe não é diferente. Por conta da má distribuição de recursos e da desigualdade social que perduram no país e no estado, milhares de parturientes e mulheres grávidas sofrem com atendimentos que não são adequados para a gestação. A péssima qualidade do atendimento Materno-Infantil é comprovada com a classificação do país no ranking mundial de mulheres mortas durante a gravidez, ocupando a 82ª posição. Um número alarmante e bastante preocupante, tendo em vista que cerca de uma em cada 780 mulheres grávidas morrem na gestação.


Durante o ano de 2015 foi observada a real situação do estado com relação à saúde e atendimento prestado às mulheres grávidas. Todo o material foi compilado e apresentado nesta segunda-feira, 30, no seminário "Saúde Materno-Infantil - Um retrato da assistência em Sergipe", realizado no auditório do Ministério Público.


O evento contou com a participação do Conselho Regional de Farmácia de Sergipe, representado pela Conselheira Federal Vanilda Aguiar. "É importante que as atenções estejam voltadas para a saúde das mulheres gestantes e parturientes. O número de mortes durante a gestação é preocupante e no faz pensar em melhorias para esta situação. Não podemos deixar de mudar esta situação, buscando soluções concretas e eficazes para a diminuição das mortes no estado", expôs Vanilda.


Além de apresentar o relatório anual, o seminário trouxe debates importantes como a "Ética Médica na área Materno Infantil", que contou com a exposição do especialista em pediatria e presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, Sílvio Rodrigues. "Na saúde materno-infantil, a gente vê uma concentração das maternidades na capital, a gente vê os municípios fechando unidades de saúde municipais ou até mesmo diminuindo o número de leitos e isso só aumenta a sobrecarga no atendimento nas maternidades que deveriam ser de auto risco. Com isso, ocorre um grande risco de aumentar a mortalidade infantil, as gestantes peregrinam por vários municípios tentando algum leito pela central de regulação, então, além de debater isso, temos de chegar com soluções para Sergipe e todo o Nordeste", enfatizou o médico.


Para Nilzir Soares, Promotor de Justiça e Diretor do Centro de Apoio Operacional dos Direitos à Saúde, trazer essa temática para a discussão tem um evidente importância, tendo em vista que recorrentemente há situações de estrangulamento e assistência à parturientes e grávidas.
"Os órgãos de fiscalização voltaram seus olhos à situação das maternidades no interior. Realizamos inspeções, estamos promovendo audiências, inclusive com a participação da OAB Sergipe como debatedora, e, para viabilizar um momento de aprofundamento dessas reflexões, dessas análises, nós promovemos esse seminário. É um evento com a parceria do Ministério Público Estadual, da OAB/SE, dos Conselhos Regionais de Medicina e Enfermagem, e tem esse objetivo de refletir sobre a regularidade, a continuidade e a qualidade dos serviços à saúde prestados às nossas gestantes e aos nossos neonatos", destacou o promotor.