Medicamento para câncer de mama será fornecido de graça pelo SUS

Usuários podem adquirir medicamento considerado de alto custo


O Trastuzumabe (Herceptin) será incorporado na lista de medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A droga de alto custo é um dos tratamentos mais avançados para o combate ao câncer de mama. A inclusão será publicada nesta semana no Diário Oficial da União.

 

O câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres. Estima-se que entre 20% e 25% das pacientes diagnosticadas com câncer de mama têm indicação para receber essa medicação, que tem como alvo a mutação genética que leva ao HER-2 positivo, um dos tipos mais agressivos de tumor.

 

O Trastuzumabe é um anticorpo monoclonal que promove uma "terapia-alvo", combatendo exclusivamente as células doentes e preservando as sadias. O medicamento é fabricado pela Roche.

 

A droga será oferecida no SUS por decisão da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia (Conitec), um grupo técnico ligado ao Ministério da Saúde que avalia a eficácia do uso do medicamento.

 

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, os estudos demonstram que o uso do Trastuzumabe reduz o risco de reaparecimento da doença, além de diminuir em 22% o risco de morte. "A droga pode ser usada em casos iniciais ou avançados de câncer. Só não tem eficácia comprovada em casos de tumores com metástase", disse.

 

O medicamento é administrado na veia e é de uso hospitalar. Por ser um medicamento de alto custo, cada frasco custa, em média, R$ 7 mil, ela estava restrita a mulheres que conseguiam o direito de recebê-la do governo por meio de ações judiciais.

 

O Trastuzumabe é o sétimo medicamento mais demandado judicialmente ao Ministério da Saúde, que em 2011 gastou R$ 266 milhões por decisões judiciais - sendo R$ 4,9 milhões para atender a 61 ordens de compra do Trastuzumabe. Neste ano, o governo federal já recebeu 98 determinações judiciais para compra do medicamento e gastou R$ 12,6 milhões.

 

Segundo o ministro, a incorporação da droga no SUS exige que o preço praticado pela indústria seja compatível com o que ela aplica no mercado internacional. O governo estima gastar até R$ 150 milhões por ano para fornecer a medicação. Por se tratar de uma compra em massa, há uma negociação com o laboratório fabricante e o preço pode ser reduzido em até 50%. A partir da publicação no Diário Oficial, a oferta na rede ocorrerá em, no máximo, 180 dias.


Fonte: Folha de São Paulo