Fórum de Educação Farmacêutica discute as diretrizes curriculares


No último sábado (11), ocorreu o I Fórum Estadual de Educação Farmacêutica, organizado pelo Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE), juntamente com a Associação Brasileira de Educação Farmacêutica (Abef). Apesar da forte chuva que caiu na capital sergipana, dezenas de pessoas, entre estudantes e graduados, estiveram presente na Universidade Tiradentes para discutir as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de Farmácia. O evento foi extremamente proveitoso, e as discussões foram enriquecedoras, deixando todos os participantes satisfeitos com os debates e projetando futuras edições.

 

A vice-presidente do CRF/SE, Clara Raíssa Rocha, não escondeu a satisfação da organização com o resultado do fórum. "Estou muito feliz com a realização do primeiro fórum de educação farmacêutica no estado de Sergipe. Foi muito bom ver todos os cursos representados e discutindo sobre a formação do profissional farmacêutico, principalmente pelo fato de que em um passado recente não haviam cursos de farmácia no estado, e hoje temos quatro, sem esquecer também das instituições que representam a classe sendo participativas, como o Conselho e o Sindicato, além da organização da Abef”, comemorou ela.

 

Discussões


Na primeira parte do evento, a mesa composta pelo presidente da Comissão de Ensino do CRF/SE, Wellington Barros, além dos coordenadores dos cursos no estado e dos representantes do sindicato e dos estudantes, deram seus pensamentos e pontos de vista introdutórios para a discussão. Após uma breve fala inicial dos componentes da mesa, foi permitida a participação do público presente, com indagações, questionamentos e sugestões para as posteriores discussões.

 

O representante da Executiva Regional dos Estudantes, Fernando Henrique Oliveira, ressaltou a importância da organização não ter se limitado apenas a convocar os acadêmicos. "É a primeira vez que esse diálogo é aberto no âmbito do estado, e é ainda mais importante por se tratar de um tema como o da educação farmacêutica, que é algo que vai ser debatido gradativamente ao longo dos próximos anos”.

 

Outro a dar importância a essa multivisão do evento foi o representante do sindicato, Dalmare Anderson, que salientou que “quando a gente conversa sobre formar profissionais, ter o ponto de vista do mundo do trabalho é muito importante porque, no fim das contas, é para esse mundo que o farmacêutico está sendo formado. A gente não pode discutir a formação sem saber qual é o papel do farmacêutico que a sociedade vislumbra”.

 

Após o encerramento da mesa-redonda, Wellington Barros se mostrou satisfeito com a direção que estava rumando o debate. "Acho que os objetivos estipulados para a parte da manhã foram alcançados. O cronograma está sendo seguido como delineado pela Comissão de Ensino e pelas entidades que constituem a comissão organizadora, as discussões estão sendo boas, foram levantados vários pontos polêmicos, mas tivemos também a visão consensuada de que é necessário definir o papel do profissional farmacêutico, além de clarificar um modelo de formação, aliando a questão da formação acadêmica com o mundo do trabalho. Estou plenamente satisfeito e acho que o evento está alcançando os resultados previstos, também graças à logística facilitada pela organização do Conselho”.

 

A discussão se aprofundou mais na segunda metade do evento. Foram tratados mais afundo a delimitação do papel do profissional farmacêutico, seus deveres para com a sociedade, suas áreas de atuação, seu trabalho de integração como profissional atuante na área da saúde, dentre outros fatores. Para a estudante Ananda Queiroz, o fórum foi deveras construtivo, pois os alunos tiveram a capacidade emprestar seus pontos de vista para a construção do verdadeiro perfil do profissional farmacêutico. Já o professor Sérgio Oliveira achou importante a realização do evento, mas ressaltou que as discussões tem que ser trazidas do campo teórico e aplicadas na atuação prática.

 

O debate levantou questões importantes, que não se fecharam após o encerramento do evento, mas deixou os participantes satisfeitos por terem chegado ao menos a uma visão consensual do objetivo destas discussões. “Sem dúvida o grande resultado deste fórum, é que a gente descobriu que nós temos muitos pontos a serem discutidos ainda, e que há ânimo das escolas em querer uniformizar a formação em Sergipe, e esse foi só o primeiro passo. Vamos fazer novas edições, outros encontros e continuar discutindo essa questão, que vai além do Congresso Nacional de Educação Farmacêutica”, afirmou Wellington Barros.

 

O professor Giuliano di Pietro, representante da Universidade Federal de Sergipe, corroborou as palavras do presidente da Comissão de Ensino:  “o fórum foi bastante produtivo. Tivemos discussões bastante polêmicas e conseguimos chegar a um consenso, a algumas determinantes das diretrizes curriculares. A discussão não se esgota aqui, ela deve ter continuidade, mesmo que a gente não contemple as discussões nacionais, mas em âmbito regional ela deve continuar, até para que as entidades aqui presentes, públicas e privadas, possam desenvolver mais a educação farmacêutica aqui no estado de Sergipe”.

 

Outro a ratificar a importância da realização deste pioneiro evento foi Marcos Rios, coordenador do curso na Faculdade de Aracaju. Marcos também ressaltou que a diversidade de opiniões foi crucial para tentar encontrar soluções para os problemas da área, dizendo que o fórum “foi um importante momento para se discutir as diretrizes curriculares do curso de Farmácia, trazendo principalmente a situação regional das questões que virão a ser discutidas para a formação do aluno, além de permitir um contato com as diversas instituições que fornecem esse curso aqui no estado, e fomentar a nova proposta de matriz curricular da Farmácia. Foi bastante importante por termos professores, alunos, coordenadores e representantes do sindicato juntos discutindo o profissional da área, como seria esse novo profissional, e como os novos farmacêuticos se vêem no mercado. É importante unir diversas opiniões para fomentar discussões acerca do futuro. Foi um dia bastante proveitoso por ter conseguido discutir as diretrizes curriculares.

 

Por fim, a presidente do CRF/SE, Rosa de Lourdes Mariz, agradeceu a participação dos presentes, e focou na grandeza e na proporção deste evento para a área. “Como não dizer que foi um momento histórico e engrandecedor para a profissão? E o mais importante é que todos, de uma forma ou de outra, querem o melhor para a nossa área, querem que o profissional farmacêutico seja valorizado, querem um serviço de excelência para a sociedade”. E ainda completou: "gostaria de agradecer a todos que puderam estar presentes no Fórum, principalmente a Comissão de Ensino do CRF/SE. Estou muito feliz e muito orgulhosa dos integrantes desta comissão, porque sem eles ficaria muito difícil a realização deste evento”.