Conselho de farmácia alerta sobre o Câncer


O dia 4 de fevereiro é marcado pela luta mundial contra o câncer, e por isso o Conselho Regional de Farmácia de Sergipe destaca a ampla gama de ações necessárias para prevenir, tratar e controlar as muitas formas da doença. Este ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) elegeu como tema “Um problema nosso”, visando mostrar políticas e programas dos países para reduzir os relatos de câncer. O farmacêutico é um dos profissionais que podem ajudar no combate ao câncer. Em entrevista a farmacêutica oncológica Trícia Coelho, esclareceu como o perito em farmácia pode agir neste campo de atuação. Confira agora:

 

Ascom CRF/SE – Quais as áreas de atuação do farmacêutico na oncologia? E qual a interação dele com os outros responsáveis no tratamento?

 

Trícia Coelho – O farmacêutico oncológico é muito semelhante ao farmacêutico hospitalar, no sentido de promover uma ciência farmacêutica, garantindo toda a segurança no abastecimento e no uso racional do medicamento. Ele pode participar de vários processos, como na logística do medicamento, cuidando do transporte, armazenamento e recebimento; na farmácia clínica, de trato mais direto com os outros profissionais, como o médico, nutricionista, fisioterapeuta, entre outros; também participa na orientação direta ao paciente; na farmacovigilância, que é a fiscalização da qualidade dos medicamentos; e também na manipulação, que é a produção farmacêutica em si.

 

Ascom CRF/SE – Você acha que existem poucos profissionais nesta área, aqui em Sergipe, e também no Brasil?

 

Trícia – Como especialização, sim. Aqui no Estado existem apenas duas farmacêuticas na área, sendo eu uma delas. Mas é um campo que vem crescendo, e em outros estados já se podem encontrar mais farmacêuticos nessa área. Em Aracaju, nem tanto, pois são poucas as clínicas oncológicas.

 

Ascom CRF/SE – O câncer é uma doença de tratamento difícil, desconfortável para o paciente. Existe alguma coisa que o farmacêutico pode fazer para que o processo seja menos complicado?

 

Trícia – Eu acho que todo profissional da saúde deve ter em mente uma palavra: humanização. O paciente oncológico na maioria das vezes é alguém debilitado, inseguro, até porque a palavra câncer por si só já amedronta muito. Então, como hoje o farmacêutico trabalha bem mais próximo do paciente do que antes, a humanização nesse processo é fundamental. Acolher, orientar, entender a dificuldade do tratamento é essencial para ajudá-lo.

 

Ascom CRF/SE – E quanto à tecnologia nesta área? Existem inovações, novidades? Elas suprem as novas necessidades dos pacientes?

 

Trícia – A tecnologia nesse campo avança todo dia. Estudos com moléculas novas, novidades em medicamentos, saem com muita frequência ao mercado, e a tendência é cada vez mais melhorar esse aspecto. O problema é a questão do custo: muitos desses novos medicamentos são caros, e o tratamento fica mais custoso.

 

Ascom CRF/SE – Existe algum tipo de prevenção para que se evite o câncer?

 

 

Trícia – Um conselho que eu posso dar é ir ao médico regularmente. Principalmente depois de certa idade, é importante que o homem se submeta a exames como o de próstata, ou a mulher faça o Papanicolau, por exemplo, que são os cânceres de maior índice. Se cuidar é o principal fator de prevenção.