Você sabe a função do farmacêutico e sua importância na hora da compra do medicamento?

O bom atendimento ao doente está baseado tanto num diagnóstico correto como numa terapêutica adequada


A função do farmacêutico não parece muito clara quando o assunto é prescrição médica. Mais do que receber, ler e interpretar a receita enviada pelo médico, é obrigação do profissional orientar o paciente sobre o uso adequado do medicamento, dando ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação dos produtos. A informação é da presidente do Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE), Rosa Mariz.

 

A presidente adverte de como reduzir o risco de interações medicamentosas; 1. Tenha à mão uma lista de todos os medicamentos que está tomando e periodicamente discuta essa lista com seu médico ou farmacêutico; 2. Aprenda o modo como os medicamentos devem ser tomados, em que hora do dia e se podem ser tomados ao mesmo tempo que outros medicamentos; 3. Procure compreender a finalidade, a ação e os possíveis efeitos colaterais de todos os medicamentos prescritos; 4.Informe-se se o medicamento utilizado pode apresentar interação com algum tipo de alimento; 5. Discuta o uso dos medicamentos de venda livre (sem necessidade de receita) com o farmacêutico responsável e discuta seus problemas clínicos e o uso de medicamentos de receita obrigatória que está tomando; 6. Informe ao médico ou ao farmacêutico qualquer sintoma que possa estar relacionado ao uso de um medicamento.

 

As interações medicamentosas são alterações nos efeitos de um medicamento em razão da ingestão simultânea de outro medicamento ou do consumo de determinado alimento . Também existe a interação medicamento-doença. Embora em alguns casos os efeitos de medicamentos combinados sejam benéficos, mais frequentemente as interações medicamentosas são indesejáveis e prejudiciais. A incidência de interações medicamentosas oscila entre 3-5% para pacientes em uso de várias medicações, aumentando para 20%, ou ainda mais em doentes usando de 10 a 20 drogas. Tais interações podem intensificar ou diminuir as ações de um medicamento ou agravar seus efeitos colaterais.

 

“Quando alguém chega com ou sem receita na farmácia temos a obrigação de orientar”, adverte a presidente do CRF/SE. Segundo ela, o acesso ao medicamento o paciente tem, mas terá de ser com qualidade, senão ele toma errado ou abandona o tratamento. Rosa explica que, mais do que orientar na hora da compra, cabe ao farmacêutico mostrar-se disponível para acompanhar o tratamento do paciente que comprou o medicamento sob a sua batuta.

 

Questionada se isso não é obrigação do médico que fez a receita, Rosa diz que ambos podem orientar, mas frisa que "quem entende da farmacologia do medicamento é o farmacêutico ". A presidente explica que a rapidez no tempo das consultas, em especial na rede pública, faz as pessoas chegarem à farmácia sem saber como tomar o medicamento prescrito. Às vezes a própria linguagem médica pode ser um entrave no entendimento da prescrição.

 

“No balcão da farmácia vemos muito pacientes com dificuldades de entender o que o médico prescreveu para ele. Quando ele vem à farmácia é a última chance de se ter uma orientação, então tem de ser adequada, e por isso a orientação do farmacêutico é de suma importância”, esclarece a presidente.

 

O farmacêutico está ainda habilitado a orientar o consumidor na compra de medicamentos sem prescrição, como os disponíveis para gripe, febre, dor de cabeça, azia, problemas de pele e também os fitoterápicos, feito com plantas medicinais, com função emagrecedora. Para tanto, vale ficar atento se a farmácia tem ou não o profissional, o que é obrigatório por lei. Para saber se o estabelecimento tem um farmacêutico de plantão, peça para falar com ele ou tente notar se há um quadro na parede com o nome junto a um registro do Conselho Regional de Farmácia (CRF) e da Vigilância Sanitária (Visa).