De agosto até a primeira semana de setembro, apenas na cidade de São Paulo 76 pessoas perderam a vida em decorrência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma inflamação severa nos pulmões que dificulta a respiração e pode exigir hospitalização. No mesmo período, foram notificados mais de 1.200 casos na capital paulista. As notificações e mortes por esta causa deste problema ocorrem justamente no momento em que parte do País é tomada por fumaça de queimadas e incêndios florestais.
A fumaça das queimadas pode agravar ainda mais a situação respiratória dos indivíduos, por apresentar partículas finas e gases tóxicos, como monóxido de carbono, dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, que irritam as vias respiratórias e os pulmões. Em populações vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias pré-existentes, a exposição à fumaça tende a agravar essas condições, podendo, em casos mais graves, levar ao desenvolvimento da SRAG. Além disso, a poluição causada pelas queimadas compromete a qualidade do ar, aumentando o risco de infecções respiratórias graves, como a pneumonia.
Na última semana, o Ministério da Saúde divulgou uma lista de recomendações à população para reduzir a exposição às partículas resultantes das queimadas.
- Aumente a ingestão de água e líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas e protegidas.
- Permaneça em ambientes fechados, preferencialmente bem vedados e com conforto térmico adequado. Quando possível, busque ambientes com ar condicionado e filtros de ar para reduzir a exposição.
- Mantenha portas e janelas fechadas durante os horários de maior concentração de poluentes no ar, para minimizar a penetração da poluição externa.
- Evite atividades físicas ao ar livre durante este período do ano.
- Não consuma alimentos, bebidas ou medicamentos que tenham sido expostos a detritos de queima ou cinzas.
- Utilize, preferencialmente, máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100, que podem reduzir a inalação de partículas se usadas corretamente por pessoas que precisem sair de casa. No entanto, a recomendação prioritária é permanecer em locais fechados e protegidos da fumaça.
Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios ou imunológicos também devem ter cuidados redobrados e:
- Buscar atendimento médico imediatamente na ocorrência de sintomas.
- Manter medicamentos e itens prescritos sempre disponíveis para o caso de crises agudas.
- Avaliar a possibilidade e segurança de se afastar temporariamente da área impactada.
É crucial ficar atento a sintomas respiratórios ou outras complicações de saúde e buscar atendimento médico o mais rapidamente possível. Para adultos e idosos, há um aumento do risco de eventos cardiovasculares e respiratórios combinados.