O teste de biologia molecular será o método de rastreio do câncer do colo de útero, na saúde pública, em lugar do tradicional e consagrado exame de citologia oncótica, o conhecido Papanicolaou. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde (MS), argumenta que os testes moleculares de HPV detectam a presença de DNA dos tipos mais frequentemente encontrados no referido câncer. A Sociedade Brasileira de Citologia Clínica (SBCC), por outro lado, garante que o Papanicolaou é eficaz. A defesa do Papanicolaou é compartilhada pela Agência Internacional do Câncer (IARC), braço da OMS; pelo Grupo de Trabalho de Serviços Preventivos dos Estados Unidos (USPSTF) e pelo Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG).
A SBCC realizou um estudo que evidencia o custo da citologia convencional para o Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo apresenta um valor de aproximadamente cinco vezes mais barato do que o da biologia molecular. Some-se ao custo inferior o fato de a rede de laboratórios para o exame Papanicoloau já possuir uma enorme capilaridade instalada, fato que representa outra vantagem. Por que, então, o Ministério da Saúde quer introduzir o exame molecular?
A revista PHARMACIA BRASILEIRA entrevistou o farmacêutico Maurício Turkiewicz, do Paraná, especialista em citologia clínica e diretor secretário-geral da SBCC. Ele esteve à frente do estudo que faz parte de um relatório encaminhado ao Ministério da Saúde mostrando as vantagens oferecidas pelo exame citológico. Outros especialistas em citologia clínica participam da pesquisa.