Ministério da Saúde alerta gestantes sobre risco de transmissão da febre oropuche para os fetos

CFF conclama farmacêuticos a contribuírem com as medidas de vigilância recomendadas pelo órgão


O Ministério da Saúde emitiu um alerta para mulheres grávidas, sobre o risco da transmissão vertical da Febre do Oropouche, ou seja, da gestante para o feto. Após o Instituto Evandro Chagas detectar anticorpos do vírus em amostras de um caso de aborto e em outros quatro casos de microcefalia, a pasta recomendou que as unidades da federação intensifiquem a vigilância em saúde nesse sentido. No entanto, ainda não há confirmação de uma relação direta entre a infecção e as malformações neurológicas.

Entre as medidas orientadas pelo Ministério da Saúde estão o reforço na vigilância durante o final da gestação e o acompanhamento dos bebês nascidos de mães que tiveram dengue, zika, chikungunya ou febre do oropouche, com coleta de amostras e preenchimento de fichas de notificação. O Conselho Federal de Farmácia, por meio de seu Grupo de Trabalho sobre Doenças Tropicais e Negligenciadas, conclama os farmacêuticos a contribuir com as medidas de vigilância, principalmente na orientação às pacientes e no encaminhamento aos serviços de saúde, de casos suspeitos identificados na rotina das farmácias.

A febre do oropouche é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim. O coordenador do GT, José Luiz Vieira, destaca que os sintomas da doença são similares aos da dengue e chikungunya, incluindo dor de cabeça, muscular e articular, febre, tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos. “Alguns pacientes podem apresentar recorrência dos sintomas ou, após uma a duas semanas do início, desenvolver apenas febre, dor de cabeça e muscular. A maioria dos casos apresenta uma evolução benigna e sem complicações prolongadas, com sintomas que duram de dois a sete dias, em média”, explica. 

Até o dia 6 de julho deste ano, o Brasil registrou 7.044 casos da febre do Oropouche - 743% a mais do que o acumulado de 2023, quando foram contabilizados 835 casos. De acordo com o órgão, neste momento, a transmissão da doença ocorre em mais da metade do país. Os estados são Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. Antes, os casos ficavam restritos ao Norte do Brasil. Nos casos notificados no Ceará, Mato Grosso do Sul e no Paraná, o local provável de infecção ainda está em investigação.

Orientações para as gestantes

•⁠  ⁠Evitar áreas onde há muitos insetos (maruins e mosquitos)
•⁠  ⁠Usar telas de malha fina em portas e janelas
 - Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplicar repelente nas áreas expostas
 - Manter limpos casa, terrenos e locais de criação de animais, evitando manter água estagnada em pneus, vasos, baldes e outros utensílios que favoreçam a proliferação de mosquitos
 - Recolher folhas e frutos que caem no solo
 - Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde locais para reduzir o risco de transmissão