Disponível material informativo para farmacêuticos orientarem pacientes com doenças respiratórias

Iniciativa integra o Programa de Qualificação para Farmacêuticos Direcionado ao Cuidado das Pessoas com Asma e conta com o apoio de diversos especialistas e entidades


Uma coleção de 12 folders educativos para ampliar o cuidado farmacêutico à pessoa com asma em todo o país foi lançada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) na Reunião Plenária desta sexta-feira (24.05). O material foi produzido pela área técnica do CFF com o apoio de diversos especialistas e entidades. Quem idealizou o projeto e coordenou o trabalho foi a coordenadora técnico-científica do CFF, Josélia Frade, que dedica boa parte de sua carreira aos pacientes com doenças crônicas respiratórias (DCR)

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"O farmacêutico pode contribuir para que pacientes com asma aprendam a usar essas formas farmacêuticas complexas. Ele também pode impactar na qualidade de vida, na melhoria da capacidade respiratória desses pacientes e no controle da doença". Josélia Frade ressalta que é possível reduzir a utilização dos serviços de saúde, as taxas de hospitalização, o uso de medicamentos de alívio e a frequência de despertares noturnos devido à asma. "Sem contar que temos resultados econômicos positivos significativos das intervenções clínicas de farmacêuticos no manejo da asma".

Os 12 folhetos produzidos foram avaliados pela técnica Delphi por 18 especialistas (15 farmacêuticos, 03 médicos e 01 linguista – veja a lista aqui). Os especialistas utilizaram o Instrumento de Avaliação de Materiais Educacionais Impressos com foco na Alfabetização em Saúde no Brasil. Com base nas considerações dos especialistas, um novo protótipo foi desenvolvido e submetido à avaliação da população-alvo por meio de grupos focais e no final do processo, as entidades foram convidadas a serem parceiras e a realizarem a validação final.

O presidente do CFF, Walter Jorge João, recebeu o reconhecimento do grupo pelo apoio e confiança oferecida para o desenvolvimento do projeto. "Estamos muito felizes com este resultado apresentado e esperamos alcançar um número cada vez maior de farmacêuticos para proporcionar uma atenção qualificada à saúde das pessoas que convivem com doenças respiratórias crônicas. O CFF está sempre pronto para investir em iniciativas como esta", disse o presidente. 

Os folders são:

Como usar o aparelho AEROCAPS®️?
Como usar o aparelho AEROLIZER®️?
Conhecendo a ASMA
Como usar a BOMBINHA?
Como usar o aparelho BREEZHALER®️?
Como usar o aparelho CDM HALER®️?
Como usar o aparelho DISKUS®️?
Como usar o aparelho ELLIPTA®️?
Espaçadores Informações importantes
Como usar o aparelho NEXTHALER®️?
Como usar o aparelho RESPIMAT®️?
Como usar o aparelho TURBUHALER®️?

Uma das farmacêuticas envolvidas no projeto e integrante da ISMPBrasil, Mariana Gonzaga, falou em nome do presidente da entidade, Mário Borges e, inicialmente, parabenizou o CFF por apoiar essa ação. "A gente não podia deixar de participar desse momento. É um prazer representar o ISMPBrasil aqui. Temos esse chamado internacional, que é o de lidar de forma adequada com doenças crônicas em situações em que o uso de medicamentos e dispositivos inalatórios tão complexos são indispensáveis. Por isso, estamos sempre à disposição", afirmou.

O material educativo integra o Programa de Qualificação para Farmacêuticos Direcionado ao Cuidado das Pessoas com Asma que será lançado futuramente pelo conselho. O programa inclui aulas teóricas e práticas sobre o uso dos dispositivos inalatórios voltadas ao rastreamento e à educação em saúde e conta com a participação de diversos especialistas e o apoio de diversas entidades.

Estão em parceria com o CFF a Universidade Federal de Sergipe (UFS), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a Sociedade Brasileira de Farmácia Clínica (SBFC), a Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), a Sociedade Brasileira de Farmacêuticos e Farmácias Comunitárias (SBFFC), o Instituto para Práticas Seguras no Uso dos Medicamentos (ISMP Brasil), a Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar (Sbrafh), o TelessaúdeRS, projeto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) e Fundação ProAR e a Prefeitura de Porto Alegre. 

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A médica e diretora-executiva da Fundação ProAR, Ângela Honda, elogiou a organização do trabalho e evidenciou o papel essencial do farmacêutico no acompanhamento às pessoas em tratamento da asma. "Essa doença é completamente manejável e a gente sabe que o farmacêutico é extremamente importante nessa jornada do paciente. Muitas vezes, os pacientes escutam muita mais vocês do que nós, médicos, por terem um contato mais direto. Essa parte da orientação sobre os dispositivos inalatórios é fundamental. Não adianta ter apenas o medicamento certo, tem de ensinar a utilizar da forma correta. Então, esse trabalho vai ser fundamental, causando impacto direto no subdiagnóstico", observou a pneumologista.

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O professor Tarcísio Palhano, assessor da Presidência do CFF e representante SBFC, disse se sentir privilegiado por participar do projeto. “Toda a minha vida como farmacêutico clínico foi relacionada à pneumologia e só quem lida com essas pessoas é que sabe o valor desse material. Nós não somos capazes de pegar a planta de um prédio e executar. Então, as pessoas, em geral, também não estão preparadas para utilizar esses medicamentos", fez a analogia. Em nome da professora Sílvia Storpitis, presidente da sociedade que ele representa, Tarcísio Palhano lembrou importância de se contemplar pessoas com deficiência auditiva, quesito que está previsto no projeto educativo sobre a asma.

Dados

Em 2021, o SUS registrou 1,3 milhão de atendimentos a pacientes com asma na Atenção Primária à Saúde. Dado do Ministério da Saúde mostram que aproximadamente 20 milhões de pessoas convivam com a asma no Brasil, o que representa 23,2% da população, com incidência variando de 19,8% a 24,9% entre as regiões do País. Em 2019, a doença causou mais de 461 mil mortes no mundo e apresenta consideráveis desafios relacionados ao diagnóstico e manejo, tendo como consequência a redução da qualidade de vida, impactos sociais e econômicos e a sobrecarga dos sistemas públicos de saúde.

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