Tratar crianças de forma carinhosa, dando apoio emocional, tem efeitos positivos que vão além da saúde mental. Pessoas que crescem com esse tipo de cuidado têm melhores chances de uma boa saúde cardiovascular mais adiante na vida, mesmo que tenham sofrido abuso na infância, de acordo com estudo liderado por pesquisadores das faculdades de medicina das universidades de Nova York (NYU) e Estadual de Ohio (OSU), nos Estados Unidos.
As análises incluíram 2 mil voluntários do estudo Cardia, que acompanha o risco cardiovascular no longo prazo. Nesse caso, foram avaliados parâmetros de saúde – dieta, tabagismo, atividade física, peso, teor de lipídios, pressão arterial e glicose em jejum – aos 25 anos e depois em intervalos de 7 e 20 anos.
“Enquanto ambientes familiares adversos na infância foram associados a baixos índices de saúde cardiovascular na idade adulta, nossos achados sugerem que o cuidado protetor e, o que é essencial, estável, pode ter uma influência maior na saúde cardíaca posterior do que a adversidade inicial”, resume a pediatra Robin Ortiz, da NYU, em material para a imprensa na plataforma EurekAlert (Circulation: Cardiovascular Quality and Outcomes, 23 de janeiro).