Falta de medicamentos nas farmácias de alto custo pode gerar graves prejuízos à saúde dos pacientes

O Movimento Medicamento no Tempo Certo registra reclamações sobre inconsistência no fornecimento nas farmácias de alto custo


O Movimento Medicamento no Tempo Certo (MTC), meio criado para monitorar a disponibilidade de medicamentos nas farmácias de alto custo no Brasil, registrou, apenas no mês de dezembro do ano passado, 5388 relatos de pacientes e cuidadores sobre irregularidades no fornecimento de 48 medicamentos nessas farmácias. Dessa lista, 26 deles são do grupo 1 do componente especializado da assistência farmacêutica, onde a compra e distribuição são de responsabilidade do Ministério da Saúde, e 22 estão sob responsabilidade das Secretarias Estaduais de Saúde. 

No mesmo período, quase 30% (28,6%) dos pacientes relataram ruptura superior há 61 dias sem medicamentos, situação que pode gerar sérios prejuízos à saúde daqueles que convivem com doenças crônicas reumáticas, neurológicas, oncológicas entre outras. É o que alerta o diretor secretário-geral do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Gustavo Pires. "Interromper o tratamento ou não ter acesso aos medicamentos necessários para realizá-lo pode levar o paciente a um agravamento dos sintomas, progressão mais rápida da doença, diminuição da qualidade de vida e, em alguns casos, pode até levar ao risco de perder a vida por isso", pontua o conselheiro federal pelo Paraná.

A ferramenta de captação de dados MTC foi criada em 2016, pela Rede de associações de pacientes unidas em prol de medicamentos biotecnológicos seguros e de qualidade para os pacientes brasileiros (BioredBrasil), e ganhou maior visibilidade em 2020, devido ao impacto da pandemia na disponibilidade de medicamentos nas farmácias de alto custo. A Conselheira Nacional de Saúde e coordenadora da Biored Brasil, Priscila Torres, comentou sobre o tema que, além do impacto na qualidade de vida dos pacientes, há o impacto no próprio sistema de saúde. “Com a doença em atividade, há aumento no número de internações, procedimentos e afastamentos do trabalho. Um problema que não só atinge os pacientes e suas famílias, mas a sociedade como um todo”.

A maioria dos medicamentos em falta são para o tratamento da artrite reumatoide. Entre as doenças com maior quantidade de denúncias estão:

•    artrite reumatoide
•    psoríase
•    espondilite anquilosante
•    lúpus
•    doença de Crohn
•    retocolite ulcerativa
•    artrite psoriásica
•    osteoporose
•    hidradenite supurativa
•    artrite idiopática juvenil e, 
•    esclerose sistêmica.

Com relação aos medicamentos de responsabilidade do Ministério da Saúde, o mais citado pelo respondentes foi o Adalimumabe, com mais de 500 respostas, seguido pelo Upadacitinibe (350), Leflunomida (320), Infliximabe (280) e Risanquizumabe (254). Já em relação aos medicamentos de responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde, os medicamentos mais citados foram o Azatioprina (280), Rispiridona (109), Ibuprofeno (90), Hidroxicloroquina (83) e Prednisona (80).

Registre a falta de medicamentos fornecidos pelas farmácias de alto custo ou no Plano de Saúde, para o tratamento de doenças crônicas imunomediadas – 2024 em https://pt.surveymonkey.com/r/FaltadeMedicamentos2024