Mulheres, farmacêuticas e empoderadas: conheça as histórias de Ruth Resende e Dinorah Barreto


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Na data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o 8 de março, o Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE) presta homenagem às mulheres farmacêuticas através da narrativa da história de duas grandes profissionais.

Ruth Resende da Cruz, de 83 anos, e Dinorah Barreto da Fonseca, hoje com 87 anos. Mulheres à frente do seu tempo e que dedicaram as suas vidas à Farmácia.

Dinorah ingressou na Faculdade de Medicina, mas o seu fascínio era mesmo pelo laboratório, mudando de curso e se formando no ano de 1959 em Farmácia pela Universidade Federal da Bahia.

“Fiz vestibular para Medicina, mas eu queria mesmo era laboratório, eu gostava muito de laboratório. Aí larguei Medicina e fiz Farmácia. Meu professor de Bioquímica, Ademar Coutinho, me convidou para trabalhar com ele, eu ainda estudante no segundo ano. Comecei a trabalhar em laboratório em Salvador. Me formei no dia 14 de dezembro de 1959, aí Ademar Coutinho me deu de presente de formatura 20 mil cruzeiros e uma bolsa para eu fazer uma especialização de microbiologia. Fui para o Rio de Janeiro logo depois do Ano Novo e fiquei trabalhando na Faculdade de Medicina, no Instituto de Pesquisa, só fazendo bacteriologia. Fiquei na pesquisa de tuberculose”, conta Dinorah.

No retorno do Rio de Janeiro, a farmacêutica foi trabalhar no Instituto Biológico da Bahia, fazendo cultura de células cancerígenas, além de trabalhar na Fundação Gonçalo Muniz. Após o casamento e com a transferência do marido para Uauá, no interior da Bahia, ela largou o trabalho e seguiu com ele. Foi aí que em mais uma transferência de trabalho, Dinorah chegou à cidade baiana de Senhor do Bonfim. Por lá, ela voltou a fazer o que mais gostava, inclusive descobrindo uma epidemia de “tifo”.

“Lá não tinha laboratório, aí teve uma epidemia de tifo na cidade e um médico de lá me convidou para ir trabalhar em um laboratório pequeno de hospital e eu identifiquei essa epidemia de tifo. Foi aí que três médicos da cidade me convidaram para colocar um laboratório e eu coloquei. Foi quando voltei a Salvador para fazer revisão de tudo, pois já tinha dois anos que eu não trabalhava. Em 1965 montei o primeiro laboratório de Senhor do Bonfim. Depois meu marido foi transferido de novo para Juazeiro, me fazendo acabar com o laboratório em Bonfim e abrindo outro em Juazeiro”, narrou a profissional.

Dinorah chegou em Aracaju em 1996, sendo convidada para trabalhar na farmácia da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe (Caase). Também trabalhou nas Farmácias Galeno e Drogalar, além de uma farmácia de manipulação no município de São Cristóvão, onde ficou até completar 80 anos de vida. Atualmente ela está morando em Salvador/BA, onde se dedica a escrever um livro narrando a sua trajetória. Mesmo distante, ela continua com a inscrição ativa no CRF/SE, com o nº 237.

A história da farmacêutica Ruth Resende da Cruz tem alguns pontos coincidentes com a de Dinorah Barreto. Ambas cursaram Farmácia na mesma universidade em Salvador, só que em anos diferentes.

Ruth nasceu em Sergipe e, contrariando os padrões da época, fez vestibular e partiu em busca do sonho de ter um nível superior, o que não era tarefa fácil para uma mulher no menor estado da Federação. Vencendo todas as barreiras, ela se formou em Farmácia no ano de 1962.

Após retornar a Sergipe, Ruth trabalhou no laboratório do Instituto Parreiras Horta e depois decidiu voltar para Salvador, de onde partiu para fazer um curso em Campinas, interior de São Paulo.

“Fui fazer um estágio lá pelo CEPED, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento aqui da Bahia. Aí me mandaram lá, com várias outras colegas, cada uma em um setor. Eu fui pro setor de microbiologia de alimentos. Para a área de alimentos a coisa mais nova né? Aí fui e fiquei lá em Campinas. Aí ficamos uns três anos por lá. Também trabalhei na Brahma, além de algumas outras empresas”, relatou a farmacêutica.

Após suas andanças profissionais por outros estados do país, Ruth retornou a Sergipe onde montou um laboratório em Aracaju, se dedicando à profissão por mais alguns anos. Atualmente, ela está com a inscrição ativa no CRF/SE sob o nº 66.

O Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE) abraça a cada uma das mulheres farmacêuticas que, assim como Ruth e Dinorah, fizeram e ainda fazem história na Farmácia país afora. Muito obrigado por serem mulheres, farmacêuticas e empoderadas! Feliz Dia Internacional da Mulher!