Preocupado com o fenômeno social de escolha de vacina, apelidado de “sommelier de vacinas”, o Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE) lançou uma campanha de esclarecimento das vacinas. De acordo com o presidente do CRF/SE, Marcos Rios, esta atitude é prejudicial ao combate a Covid-19, pois atrasa a campanha de vacinação e amplia o risco de novas variantes.
Especialistas em saúde pública são unânimes em criticar a escolha de imunizantes como um hábito de consumo e o CRF/SE necessita da ajuda de todos os farmacêuticos para esclarecer cada vez mais a sociedade sobre os benefícios das mesmas. “Conclamamos aos farmacêuticos a esclarecerem e conscientizarem a população a aderirem a campanha de vacinação. Pedimos que informem aos clientes e pacientes dos riscos que toda sociedade está correndo quando atrasamos a vacinação”, enfatiza o presidente.
O farmacêutico Dr. Lysandro Borges, coordenador da Força Tarefa Covid-19 da Universidade Federal de Sergipe (UFS), informa que as pessoas não devem escolher a vacina pela eficácia divulgada, pois este percentual de eficácia foi determinado em cima de estudos clínicos em diferentes momentos da pandemia e diferentes grupos populacionais.
Lysando acrescenta que todas as vacinas liberadas pela Anvisa são eficazes e seguras. “A eficácia divulgada na bula não tem nada a ver com a qualidade e se ela protege mais ou menos. O que precisamos saber é que nos casos do Coronavac, por exemplo, acima dos seus 50% ela protege contra morte e contra os casos graves de internações para o Covid-19. Então, não podemos escolher as vacinas num país que tem uma taxa de vacinação de segunda dose inferior a 50%”, ressalta.
Com esta campanha, o CRF/SE visa também o combate as fake news que rolam pelos grupos de WhatsApp e em outros aplicativos de redes sociais, defendendo tomar um tipo específico de vacina ou até mesmo deixar de tomá-la. A conselheira federal por Sergipe, Fátima Aragão, destaca que o conceito de imunização é coletivo, “precisamos atingir ou chegar próximo da marca de 75% da população brasileira vacinada. Com isso o Conselho vem trabalhando para conscientizar a população a não escolher vacina, pois vacina boa é a que está liberada pela Anvisa e a que está no braço”, relembra.