Farmacêuticas são protagonistas na linha de frente da Covid-19

CRF/SE homenageia profissionais essenciais no Dia Internacional da Mulher


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Em Sergipe, 72% dos profissionais farmacêuticos são mulheres. Protagonistas no combate à Covid-19 em diversas áreas, elas estão na realização de testes rápidos nas farmácias comunitárias, em laboratórios de análises clínicas, nas farmácias hospitalares e também na Força Tarefa na produção de álcool em gel. Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE) destaca feitos e desafios de farmacêuticas, em homenagem a todas as profissionais mulheres. 


Diante do cenário incerto causado pela Covid-19, a rotina de profissionais foi marcada por sentimentos de medo e, ao mesmo tempo, de satisfação. “Estar na linha da Covid-19 me fez sentir medo, ainda mais por ter pessoas do grupo de risco em meu convívio, como é o meu caso. Porém, é muito gratificante poder contribuir com a sociedade, fazendo diferença na vida de pessoas e ajudando no combate à essa doença devastadora”, revela a farmacêutica Ana Carolina Viana, professora de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) do campus Lagarto.


Com a necessidade de ações eficazes no combate à pandemia, as farmacêuticas se reinventaram e ganharam destaque. Desde a orientação da população sobre o Uso Racional de Medicamentos aos diagnósticos clínicos e produção de elementos fundamentais no combate à doença. 


Linha de frente na produção de álcool

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As farmacêuticas Ana Carolina Viana (à esquerda) e Francilene Silva (à direita) são coordenadoras do projeto da Força Tarefa Covid-19 UFS na produção de álcool 70%


Ana Carolina Viana e Francilene Silva, professoras de Farmácia da UFS, Lagarto e São Cristóvão respectivamente, são coordenadoras da Força Tarefa Covid-19 implementada pela Universidade, no projeto que visa a produção de álcool em gel e álcool 70%. O propósito é suprir a demanda por estes materiais em diversos órgãos e instituições sem fins lucrativos. “Como docente farmacêutica apenas produzimos, sem parar, não planejamos muito como faríamos, mas contamos, com a ajuda e solidariedade de entidades que nos forneceram matérias-primas para a produção”, relembra Francilene, farmacêutica que também atuou na realização de testes de diagnóstico para o Sars-COV 2 no Estado. 


De acordo com as professoras, no campus Lagarto já foram produzidas 4 toneladas e meia, e em São Cristóvão foram elaboradas 4 toneladas entre álcool em gel e álcool 70%. 


Segundo a farmacêutica Ana Carolina, ser mulher multifacetada é ter o desafio diário no equilíbrio entre a responsabilidade profissional e a família. “O maior desafio desde o início da pandemia é fazer tripla jornada conciliando o trabalho (remota e presencialmente) com crianças em idade escolar e afazeres domésticos. Porém é muito recompensador poder contribuir diretamente com a sociedade”, comenta.


Atuação no diagnóstico da Covid-19

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Farmacêutica Rachel Diniz no laboratório de Biologia Molecular do Lacen


A Farmacêutica Bioquímica, Rachel Diniz, atua no Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen), no laboratório de Biologia Molecular, setor responsável pelo processamento de amostras, realizando Teste de RT-PCR para detecção de Sars-COV 2, entre outros vírus respiratórios. 


“Ser uma profissional da saúde presente na linha de frente tem sido um desafio. Por ser algo novo, desconhecido e que tem causado tantas perdas e situações que modificaram a vida de todos. Estar diante desse contexto e ser mulher torna tudo isso muito mais grandioso, já que lutamos por condições dignas de trabalho, reconhecimento, equidade e igualdade”, afirma a farmacêutica. 


Segundo Rachel, o Lacen tem realizado análises do coronavírus, por meio da técnica de RT-PCR, desde março do ano passado, e somente em 2021 já recebeu mais de 42 mil amostras, o que marca o crescimento da doença em Sergipe e a necessidade da manutenção dos cuidados de enfrentamento à pandemia. 


Da gerência a testagem rápida

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"Por trás de cada máscara, não está apenas um profissional de saúde", ressalta Lairce


Há um ano, as unidades de saúde se tornaram os primeiros espaços onde as pessoas buscam orientações sobre a Covid-19. Lairce Martins, gerente farmacêutica da Drogasil Francisco Porto em Aracaju, conta como foi atuar em prol da sociedade. 


“Por trás de cada máscara, não está apenas um profissional de saúde. Como mulher, mãe e farmacêutica, percebi ainda mais o quanto nosso papel de cuidar de gente, zelar e proteger se tornou tão importante. Mostrar confiança tanto para a equipe e também para a população, que se sentia insegura e carecia de profissionais que os acolhessem de uma forma singela nesse momento”, enfatiza Lairce acerca desta missão. 


A farmacêutica ainda acrescenta que com a realização dos testes, a população tem reconhecido o papel fundamental do profissional farmacêutico, “não apenas com a realização de testes de triagem como também atenção, acolhimento, cuidado e informações”, completa.

 

Desafios nas análises clínicas

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Maria do Socorro acredita que o aprendizado acerca da pandemia é diário


À medida que as informações foram surgindo, com avanços nas pesquisas e estudos, medidas sanitárias foram necessárias em diversos setores da sociedade, e nos laboratórios clínicos não foi diferente. Maria do Socorro Leite, responsável técnica pelo laboratório da Clínica Santa Helena, explica que foi necessário orientar os colaboradores para eficácia no atendimento aos pacientes e prevenir para continuar o trabalho substancial à saúde. 


Maria do Socorro acredita que o aprendizado acerca da pandemia é diário e que a pandemia veio para ensinar muita coisa, sobretudo em relação aos profissionais da saúde. “Vejo que recebemos uma grande valorização por ser parte da equipe multidisciplinar e que somos mais reconhecidos”, relata. 


“Felizmente as dificuldades enfrentadas nunca tiveram relação com o fato de ser mulher. O reconhecimento e resultados vieram naturalmente pelo esforço e dedicação em defender a saúde do próximo”, conclui.