CFF DEFENDE INCLUSÃO DE FARMÁCIAS NA IMUNIZAÇÃO CONTRA COVID-19


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O governo brasileiro lançou na quarta-feira (16) o Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19. Entre os grupos prioritários para receber as doses estão os trabalhadores da saúde, por estarem mais expostos ao novo coronavírus. Estão na descrição desse grupo prioritário, os farmacêuticos e auxiliares e técnicos, além de outros profissionais que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância à saúde, como hospitais, clínicas, ambulatórios e laboratórios.

No lançamento, o Secretário de Vigilância em Saúde, o farmacêutico Arnaldo Medeiros exaltou o empenho dos profissionais da saúde neste momento de pandemia e a necessidade de priorização desse público. “O critério para a definição dos grupos prioritários é a manutenção do funcionamento de serviços essenciais. Precisamos pensar em vacinar para manter o funcionamento de serviços essenciais e nisso nós temos os trabalhadores da saúde, talvez como o grupo mais exposto a esse vírus. Além disso, obviamente, avaliarmos a situação epidemiológica, que são grupos com maior risco de agravamento de óbitos”.

O presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter da Silva Jorge João, ressaltou a importância de o farmacêutico receber essa prioridade por atuar em diversas frentes. “A farmácia é um estabelecimento essencial e esteve aberto durante todo o período da pandemia. Esses estabelecimentos muitas vezes são o primeiro local procurado pela população, seja para a aquisição de medicamentos que auxiliem no alívio de sintomas, ou até mesmo para a realização de testes de Covid, já disponíveis em muitos estabelecimentos. Esses profissionais também estão nas unidades básicas de saúde, nos hospitais, nos laboratórios e trabalhando em pesquisas de vacinas e de tratamentos. É grande a expectativa para a imunização e o Conselho Federal de Farmácia que defendeu desde o início essa inclusão pelo Ministério da Saúde, ficará atento para acompanhar esse processo”.

São dez eixos prioritários no plano de operacionalização que vai da situação epidemiológica, atualização das vacinas em estudo, monitoramento e orçamento, operacionalização da campanha, farmacovigilância, estudo de monitoramento pós-marketing, sistema de informação, monitoramento, supervisão e avaliação e comunicação. O presidente do CFF destacou preocupação apresentada pelo seu Grupo Técnico sobre Vacinação em Farmácias. “Apesar de nossos técnicos terem participado de algumas reuniões, é uma pena que não tenham sido convidados para participar da elaboração do documento final. Lamentamos também que as farmácias não tenham sido incluídas no rol de estabelecimentos que serão pontos de vacinação. Isso seria estratégico para ampliar a cobertura vacinal no País, afinal são cerca de 89 mil farmácias privadas e mais de 10 públicas no País e muitas já dispõe de salas de vacina ou mesmo de aplicação de injetáveis. Observa-se também crescente ampliação na prestação desses serviços em laboratórios de análises clínicas”. 

Para Walter da Silva Jorge João são inúmeras as vantagens da inclusão das farmácias na vacinação contra a covid-19. “O acesso é facilitado por conta dos horários mais variados e estendidos, incluindo aos finais de semana. As farmácias estão sempre próximas da residência dos pacientes, e não requerem agendamento prévio, além do atendimento. São vantagens importantes em período de pandemia, quando a recomendação é evitar aglomerações. Sem contar os excelentes resultados obtidos na última campanha de imunização contra a influenza, quando as farmácias contribuíram enormemente com o alcance das metas de cobertura vacinal. Em Porto Alegre (RS), mais de 150 mil das 719 mil doses de vacina administradas no período da vacinação foram aplicadas por farmacêuticos em farmácias privadas, o que corresponde a 22% do total”, conclui.

De acordo com o Ministério da Saúde mais de 300 milhões de doses já foram negociadas e outros acordos estão em avaliação. Para a vacina da Fiocruz com a farmacêutica AstraZeneca a previsão é disponibilizar cerca de 100 milhões de doses até julho de 2021. As vacinas vão ser liberadas após o registro na Anvisa.

 

O áudio desta matéria está disponível em: www.newsfarma.org.br.

 

 

Fonte: NewsFarma