Diretora do CRF/SE participa de live e fala sobre como o Farmacêutico pode atuar para a Promoção da Saúde no Outubro Rosa


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Na última sexta-feira, 16, às 19h, a diretora do Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE), Larissa Feitosa Carvalho, participou de uma live a convite do Diretório Acadêmico dos Estudantes de Farmácia (DAEF) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Campus Avançado Governador Valadares (GV) mediada pela estudante  Gabriella Ferraz. Na oportunidade, Larissa, que é farmacêutica com experiência na área oncológica, abordou o tema “Como o Farmacêutico pode atuar para a Promoção da Saúde no Outubro Rosa”.

A diretora do CRF/SE iniciou a sua exposição falando sobre a sua experiência durante o período de estágio e também durante os nove primeiros anos de sua carreira com a área de oncologia. “É uma área muito bonita de trabalhar, mas também muito difícil porque a gente lida com as emoções dos pacientes e dos cuidadores o tempo inteiro. É uma área muito gratificante porque o mínimo que você faça já promove diferença na vida do paciente com câncer”, afirmou.

Larissa explicou que o câncer de mama é o mais prevalente entre as mulheres no Brasil. Segundo ela, até 2018, no país, a Região Norte era aquela em que o câncer mais incidente era de colo de útero porque lá os screenings não eram bem feitos. “Lá, exames feitos nos postos de saúde como a colposcopia oncótica, também conhecida como Papanicolau, eram muito deficitários e por muitos anos nessa região o câncer de colo de útero foi o mais prevalente entre as mulheres. Mas, na última estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que traz uma previsão para 2020, 2021 e 2022, a incidência do câncer de mama subiu. O INCA estima que em cada um desses três anos haverá pelo menos 66 mil novos casos. Em termos de mundo, em 2018, foram registrados mais de dois milhões de casos novos de câncer de mama“, revelou.

Perfil

Conforme Carvalho, o perfil das mulheres com câncer de mama está mudando. “Está cada vez mais frequente mulheres jovens com câncer de mama. Antigamente eram mulheres mais idosas. O fato de mulheres jovens estarem com maior incidência de câncer de mama revela que o diagnóstico está sendo feito cada vez mais cedo, em estágios mais iniciais da doença e com maior possibilidade de cura”, ressaltou.

Outubro Rosa


O Movimento Outubro Rosa foi iniciado na década de 1990, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, que no mês de outubro promovia uma Corrida pela Cura, com a distribuição de laços cor-de-rosa.

“O lacinho rosa acabou virando um símbolo. Aqui no Brasil, o Outubro Rosa começou a ser utilizado como medida de conscientização à prevenção a partir de 2002. Outubro é um período do ano em que todos os profissionais de saúde focam as ações na prevenção do câncer de mama. E a partir de 2011, alguns Estados do Brasil aproveitaram as ações para chamar a atenção e fazer a prevenção também do câncer do colo de útero. Conforme estatística do INCA, hoje esse tipo de câncer está em terceiro lugar entre as mulheres”, disse.

Autoexame


De acordo com Larissa Carvalho, o profissional farmacêutico tem que levar para o público informações sobre o autoexame, que é simples e fundamental. O autoexame deve ser feito sete dias após o início da menstruação porque a mama não está mais inchada e não está com tanta interferência hormonal. Quando a mulher é menopausada pode fazer em qualquer dia do mês, para verificar se está ocorrendo alguma alteração na mama. “Tanto a mulher como o seu parceiro ou parceira podem observar se existem alterações”, ressalta.

Ela alertou ainda o fato de que homem também tem câncer de mama. “Um por cento de todos os casos de câncer de mama do mundo acontece em homens. Nos nove anos que trabalhei na clínica oncológica tratei, pelos menos, três pacientes homens com câncer de mama. Os sinais para o homem são mais evidentes, geralmente as queixas são de dor, o surgimento de caroço, principalmente na região perto do mamilo ou uma depressão no mamilo”, afirmou.

Estratégias


A diretora do CRF/SE salientou que o farmacêutico é educador em saúde e formador de opinião e por isso precisa ser criativo e lançar mão da tecnologia e das informações disponibilizadas na internet. “Numa farmácia comunitária, por exemplo, o farmacêutico pode imprimir cartazes elaborados pelo Ministério da Saúde ou outras fontes oficiais e colocar à disposição das pacientes na farmácia. Pode também dar os lacinhos rosa como brinde. Vale ainda questionar a cliente sobre os exames de rastreio do câncer de mama. Se for uma farmácia que tem consultório farmacêutico, melhor ainda, porque pode incluir no roteiro da consulta essa pergunta”, orienta.

Conforme Larissa, se a farmácia tem site ou Instagram pode fazer uns cards com informações sobre o câncer de mama. “São informações rápidas que chamam a atenção e funciona. Existe hoje muito material bom na internet, infográfico, cartazes e vídeos, que podem ser encontrados inclusive no site do Ministério da Saúde”, revelou.

Para o farmacêutico que trabalha no setor público as ações de educação em saúde podem ser desenvolvidas juntamente com a equipe multidisciplinar. “Nos postos de saúde esse papel fica com a enfermagem e por isso é importante o farmacêutico conversar com a enfermeira chefe para saber como ele pode contribuir. Pode ser colocado um cartaz na farmácia para reforçar as ações da equipe, por exemplo”, comentou.

Competências do farmacêutico


De acordo com Larissa, há sete competências que devem ser desenvolvidas pelo farmacêutico e que o fazem ser um profissional essencial. “O farmacêutico tem que ser cuidador, educador em saúde, líder, aprendiz, professor, comunicador e gestor”, informa.
Ela disse ainda que o farmacêutico que atua na área oncológica tem que ser especialista e que isso é, inclusive, uma exigência do Conselho Federal de Farmácia. “O farmacêutico que atua nesta área tem o papel de educador nesta questão do Outubro Rosa e na prevenção de todos os tipos de câncer”, disse.

Fake news


Larissa alertou para o cuidado com as Fake News. “A gente tem sempre que questionar porque só devemos passar para frente aquela informação que tenho certeza. Como profissional de saúde, não posso cometer a falha de passar informações falsas, pois somos formadores de opinião”, afirmou.
Segundo a farmacêutica, neste mês de outubro ela ainda não viu nenhuma Fake News relativa ao câncer de mama. “Ao receber uma informação duvidosa sobre o câncer de mama ou de qualquer outro tipo, a pessoa pode recorrer ao site do INCA, por exemplo, que tem informações de qualidade e de referência que podem ser repassadas”, enfatizou.