CRF/SE REFORÇA A NECESSIDADE DO ISOLAMENTO SOCIAL DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19


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Quarentena. Isolamento social. Isolamento vertical. Achatar a curva de contágio. Estas palavras passaram a fazer parte do dia-a-dia de todos, em meio à guerra sanitária pela qual o mundo está passando — a guerra contra o novo coronavírus (COVID-19). Foi a partir desse contexto que o Grupo de Trabalho do Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (GT COVID-19/ CRF/SE) foi criado, com o objetivo de esclarecer os assuntos relacionados à doença e, sobretudo, acompanhar o avanço da infecção e propor medidas de contingência nos estabelecimentos farmacêuticos e segurança dos profissionais.


O isolamento de pessoas doentes pelo COVID-19 é essencial por estas representarem risco de contágio a outras pessoas, sendo necessário afastá-las do convívio social. Atualmente, o termo isolamento também envolve as medidas de distanciamento social, em que as pessoas buscam evitar o contato entre si a fim de garantir a saúde da população e também impedir um colapso do sistema de saúde.


A medida tem sido adotada em vários países durante a pandemia e tem se mostrado eficaz ao  achatar a curva de contágio da doença.


Questionado para definir qual a extensão do isolamento, o GT COVID-19/ CRF/SE explica que os principais tipos de isolamento social são os isolamentos vertical e horizontal.


O isolamento vertical consiste em apenas alguns grupos isolados,ou seja, selecionam os grupos que apresentam mais riscos de desenvolver a doença ou aqueles que podem apresentar um quadro mais grave. Na pandemia do COVID-19, os idosos e pessoas com diabetes e doenças cardiovasculares são os grupos de maior risco para se infectar, desenvolver a doença e apresentar um quadro mais grave. Neste tipo de isolamento, pessoas jovens e saudáveis poderiam, portanto, continuar circulando normalmente.


O GT ressalta que no caso da COVID-19, não se sabe ao certo se tal medida seria vantajosa, visto que os jovens são importantes vetores da doença e o número de contaminados poderia aumentar rapidamente.


Já o isolamento horizontal não limita grupos e, portanto, todos devem permanecer em casa. A medida restringe ao máximo o contato entre as pessoas, o que evita uma grande propagação da doença. Embora o isolamento horizontal seja muito criticado por causar impactos graves na economia, ele é essencial para evitar um aumento desenfreado da doença. O GT argumenta que se não há um isolamento horizontal, certamente o sistema de saúde entra em colapso, o que também causa prejuízo econômico. 


Apesar do apelo econômico justificar o isolamento menos extensivo, um estudo que avaliou o impacto econômico e o restabelecimento da economia após a pandemia de 1918 (a gripe espanhola), mostra que as cidades que intervieram mais cedo e de forma mais agressiva, aplicando restrições de convívio social, apresentam menor retração econômica, e recuperam-se mais rapidamente após o término da pandemia. Este estudo indica que as intervenções e restrições governamentais não apenas reduzem a mortalidade, mas também diminuem as consequências econômicas adversas de uma pandemia. 


O tipo de isolamento social pode ser controverso no contexto econômico, mas deve-se aliar às tecnologias e intervenções farmacêuticas. O isolamento deve garantir o tempo necessário para que as medidas de controle sejam implementadas e efetivas e a capacidade de o sistema de saúde absorver as demandas, sem colapsar o sistema. As farmácias devem ter suas ações organizadas de forma a colaborar com o restante do sistema de saúde, reduzindo a sobrecarga das unidades de urgência e emergência.


Em Sergipe, a validade do decreto estadual que determina o isolamento social de forma horizontal está próxima. Independente da nova regra o GT enfatiza que é preciso a consciência da adoção de condutas que respeitem orientações sanitárias e valorizem a saúde e a vida.